O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, aprontou mais uma: acrescentou outra asneira em seu curriculum já desgastado e que se somou ao rosário de outras tantas ao imiscuir-se em assuntos políticos.
Barroso escancarou de vez que é militante político e, por tabela, em discurso para estudantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), levou a reboque outros ministros do STF, que deles discordaram.
Em discurso escancaradamente político, vergonhoso e incompatível com a liturgia do cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso admitiu ser militante político como, aliás, já deixou claro noutras ocasiões. Inegavelmente. Indubitavelmente.
Ministro do Supremo Tribunal Federal é ministro do Supremo Tribunal Federal e só. Deve respeitar o cargo, deve respeitar a ética, deve respeitar a Constituição da República, dever ser magistrado e não militante político.
Deve curvar-se à nobreza da toga.
Mais: o magistrado, até por decência, deve respeitar os brasileiros que pagam seus estratosféricos salários e sustentam suas vergonhosas mordomias.
Ao menosprezar aproximados 58 milhões de brasileiros que não votaram no candidato de sua preferência, o ministro demonstrou despreparo para conviver com antagonismos e, por extensão, com a democracia, que ele diz defender.
O discurso é assustador partindo de um ministro do Supremo Tribunal Federal que, de resto, não deve se intrometer em assuntos político-partidários, mas cuidar de seu mister de magistrado.
Discurso político é para político e não para magistrado.
Magistrado julga, faz justiça, não pende para nenhuma das partes em litígio, não torce para nenhum de seus ídolos, mesmo que em contenda judicial que deva julgar.
Aliás, o presidente Lula da Silva, que Luís Roberto Barroso parece admirá-lo, defende que quem quiser fazer política renuncie ao cargo que ocupa, filie-se a um partido político e passe enfrentar as ruas e as urnas, como manda a democracia.
Lula tem razão.
Situação vergonhosa esta do ministro Luís Roberto Barroso.
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