
De vez em quando costumo consultar meus arquivos empoeirados e amarelados pelo tempo – e sempre implacáveis – que os chamo de alfarrábios.
Faço-o para dizer à velhice, essa minha simpática companheira de todos os dias, que insisto em não me dar por vencido na luta em busca das lembranças que me fizeram bem até hoje.
Há outras lembranças que me trucidam e impõem às vezes o silêncio. Essas, embora inarredáveis, devem ser flexibilizadas pela memória para não tornarem os dias mais crudelíssimos.
Remexendo papéis antigos, encontrei esta foto de Antonio Ferreira Dantas Paixão (1899-1976), político e comerciante de Patamuté.
Naquele tempo os políticos tinham vergonha e prezavam pela moralidade pública.
Antonio Paixão foi um deles. Deixou exemplo de vida e de caráter irrepreensível.
Em 2019, publiquei neste mesmo espaço – e hoje reproduzo – foto de Raquel do Carmo Paixão, esposa de Antonio Paixão, ao lado de Joaninha, sua amiga. Ambas residiam juntas em Patamuté, em aprazível residência que o tempo modificou, mas ficou inscrita nas páginas das lembranças.

A foto de Raquel e Joaninha foi garimpada da página de Josias Paixão, no facebook. Josias, a quem atribuo o crédito da foto, é sobrinho de Antonio Paixão.
Coisas que o tempo deixa. Coisas da saudade.
araujo-costa@uol.com.br