“Pense num absurdo. Na Bahia há precedente” (Otávio Mangabeira, 1886-1960, governador da Bahia no período de 1947-1951)
O Anuário do Forum Brasileiro de Segurança Pública divulgou a lista dos 50 municípios com população acima de 100 mil habitantes e mais violentos do Brasil.
A lista é encabeçada pelos municípios de Jequié, Santo Antonio de Jesus, Simões Filho e Camaçari. Ou seja, os quatro primeiros estão na Bahia.
No ranking dos municípios mais violentos, Feira de Santana aparece em 9º lugar, Juazeiro em 10º e Teixeira de Freitas em 11º. A capital Salvador aparece em 12º lugar.
O Forum Brasileiro de Segurança Pública cuida, nesse anuário, das mortes violentas intencionais relativamente aos municípios acima de 100 mil habitantes.
Logo, por óbvio, a estatística não abrange os pequenos municípios, muitos deles contíguos aos grandes centros urbanos.
Por exemplo, o município de Curaçá, no submédio São Francisco, com aproximados 35 mil habitantes, já enfrenta sérios problemas de violência, inclusive assassinatos.
O PT governa a Bahia há mais de 16 anos: Jaques Wagner (2007 a 2015), Rui Costa (2015 a 2023) e agora Jerônimo Rodrigues que certamente será reeleito e cuidará dos escombros do feudo petista na terra de Senhor do Bonfim.
“Das 50 cidades mais violentas do Brasil, 34 estão concentradas em Estados governados por aliados do presidente Lula. Nos Estados sob gestão direta do PT estão 17 das cidades mais violentas. Aqueles controlados pelo PSB do ministro Flávio Dino (Justiça e Segurança) a 2ª pior no ranking, somam 8 das 50 mais violentas. Estados sob controle do MDB totalizam 7 cidades de maior criminalidade” (Diário do Poder, 27/07/2023).
Como a segurança pública é atribuição dos estados federados e alguns esquerdistas lulopetistas consideram os delinquentes como sendo “vítimas da sociedade”, parece razoável entender que, em quadro assim, os governos baianos petistas pouco ou nada fizeram para diminuir essa cruel tendência, inobstante alardear-se como defensor dos pobres e oprimidos.
Aliás, existe uma contradição na Bahia. A população, ou pelo menos parte dela, sempre reclamou do abandono das estradas, ineficiência da segurança pública e descaso na educação.
Entretanto, essa mesma população, que vem se mostrando insatisfeita, tem votado maciçamente nos candidatos do PT, o que pressupõe, no mínimo, que os baianos são politicamente contraditórios e idiossincráticos.
Segundo Bruno Wendel (Correio, 24/07/2023), “dos 417 municípios, só 291 têm atualmente uma dupla de PMs para garantir a segurança, como Iaçu e Jandaíra, segundo a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra). Então, não adianta propaganda com novas viaturas, se não há efetivo suficiente e nem dinheiro para o combustível”.
A Bahia, que o PT diz que vai muito bem, não tem dinheiro para comprar combustível para abastecer as viaturas policiais, além de efetivo insuficiente.
Como se vê, o quadro na Bahia é assustador, mas a propaganda petista é eficientíssima: consegue arrebanhar para as urnas uma média de 75% de eleitores que votam nos candidatos do PT.
De qualquer forma, quanto à segurança pública na Bahia, o PT não consegue explicar o descalabro.
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