Chorrochó e uma página do tempo: José Jazon de Menezes

“A gente pode ter orgulho de ser humilde” (D.Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, 1909-1999)

Não se trata aqui de retórica sentimental do passado. Contudo, as pessoas boas e os bons caráteres merecem ser lembrados, reverenciados, encimados no trono de nossa admiração, enquanto estamos por aqui à espera da finitude da vida.

José Jazon de Menezes/Crédito: Dr. James Jeorge Cordeiro de Menezes

Espirituoso e respeitador, às vezes irônico, outras circunspecto, Jazon era, ao mesmo tempo, amigo e protetor.

Vi-o, muitas vezes, sair em defesa de pessoas humildes de Chorrochó, defendendo-as, enaltecendo-as, amparando-as. Como se todos, para ele, fossem imaculados. E eram. Para Jazon não interessava ser rico ou pobre, ser humilde ou célebre. Todos mereciam sua atenção, porque todos são iguais e ele se entendia igual a todos.

José Jazon de Menezes faz parte da história de Chorrochó. Um dos pioneiros dos serviços judiciários da comarca a partir da instalação em outubro de 1967, foi nomeado o primeiro escrivão dos feitos cíveis, cargo que exerceu com dignidade e brilhantismo. Serventuário exemplar da Justiça estadual, respondeu também pelo cartório eleitoral.

Respeitado por todos de sua geração, Jazon era cordial e, acima de tudo, muito atencioso com todos. Constituiu família nobre, em Chorrochó. Casado com a Dra. Maria Ita de Menezes, também de estirpe tradicional, professora do então Colégio Cenecista São José, com quem teve os filhos Jorge Jazon Cordeiro de Menezes, Jaílson José Pacheco de Menezes, Ita Luciana Menezes de Menezes e James Jeorge Cordeiro de Menezes.

Como se vê, família de boa cepa, bem educada e bem estruturada em sólidos sustentáculos moralmente indestrutíveis.

Jazon era filho de D. Maria Alventina de Menezes (Iaiá) e de Joviniano Cordeiro de Menezes. O casal teve, além de Jazon, Maria Rita da Luz Menezes, Antonio Cordeiro de Menezes, Maria D´Aparecida Mazarelo de Menezes e Francisco Afonso e Menezes.

Jazon foi, sem dúvida, um dos esteios da família Menezes de Chorrochó.    

Deixou saudade, deixou inominável vazio, deixou a certeza de que ainda existem pessoas boas, não obstante a aridez deste mundo.

Guardo essas impressões de Jazon que se me firmaram e a memória reteve. Já se vão, por aí, cinco décadas. Conheci-o em 1971.

araujo-costa@uol.com.br

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