Exército, ABIN e esculhambação

Estamos todos em risco.

Assuntos veiculados sobejamente na imprensa durante esta semana vêm trazer a constatação de que estamos todos em condição de absoluta vulnerabilidade.

Furtaram metralhadoras e fuzis do Arsenal de Guerra do Exército, em São Paulo. Ou seja, sem arrombamento e nenhuma violência, surrupiaram do paiol de uma de nossas respeitáveis Forças Armadas, 21 armas potentes capazes até de derrubar helicópteros.

A vigilância do Exército não vigilou.

Algumas dessas armas, segundo as polícias do Rio e São Paulo e o próprio Exército, foram encontradas no Rio de Janeiro em área dominada por traficantes e pelo crime organizado que a polícia chama de narcomilícia.  

Chega a ser hilário, embora o assunto seja tão sério. A polícia diz que um dos grandes criminosos se recusou a adquirir as armas do Exército porque, em sua avaliação, não eram eficientes para o padrão de delinquência do grupo criminoso de que faz parte.

Ou seja, o crime organizado está mais bem armado do que o Exército.

Os órgãos de segurança de São Paulo dizem que esse criminoso está sendo monitorado. Ora, se estiver sendo monitorado, por que ainda não foi preso?

Presume-se que um depósito de material bélico do Exército seja altamente seguro, à prova de qualquer tipo de ataque externo, o que parece não ser o caso, tanto que as armas saíram pela porta da frente e, segundo consta, o furto somente foi notado um mês depois.

Supõe-se que, nessa condição de negligência do Exército, até emissários de qualquer país pode adentrar nossos arsenais de guerra e levar as armas.

Como se vê, a história está mal explicada pelo Exército.

Estamos nesse nível de falta de credibilidade do Exército?

Outra notícia, também cabeluda, dá conta de que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) espionou pelo menos 30 mil brasileiros, através de um sofisticado mecanismo de inteligência adquirido ainda no governo Temer e posto em prática no governo Bolsonaro.

A espionagem foi ilegal, segundo a Polícia Federal, porque invadiu e bisbilhotou a privacidade de políticos, jornalistas e outros et ceteras, sem ordem judicial.

Aliás, do jeito que parte do Poder Judiciário, mormente o Supremo Tribunal Federal, está contaminada pelo ativismo político, até uma ordem judicial dessa natureza causaria estranheza e afigurar-se-ia altamente questionável.  

Portanto, estamos todos vulneráveis ou, pelo menos, estivemos vulneráveis por um longo período.

Falta eficiência no Exército.

Sobra ilegalidade na ABIN.

O Brasil está uma esculhambação só.

Post scriptum I

Novo Triunfo (BA), Custódia (PE) e Maravilha (AL) são alguns municípios que, segundo a Folha de S.Paulo de 22/10/2023, criaram turmas fantasmas de alunos com o intuito de desviar verbas públicas.

Novo Triunfo, com 10.660 habitantes, tem 2.151 matrículas no programa EJA (Ensino de Jovens e Adultos), 20% da população. Em 2020 o município tinha 30 alunos na modalidade.

Post scriptum II

Marília Marton, secretária estadual de Cultura de São Paulo, criou uma briga com os conselheiros da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e se declarou “pós-doutora em pedagogia do constrangimento”.

A arrogância tem vários nomes.      

araujo-costa@uol.com.br

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