“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!”(Castro Alves, poeta baiano, 1847-1871)

Muitas garrafas de uísque e vinho caros se esvaziaram nesta terça-feira, 19/12/2023, em jantar da alta elite nacional promovido por um dos donos do Brasil, o ministro Luís Roberto Barroso.
O jantar aconteceu em Brasília, a pedido de Lula, na casa do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal.
Por óbvio, Lula da Silva estava lá. Ressobram razões para que ele estivesse lá.
Participaram do jantar, dentre outros integrantes da elite intocável, oito ministros do STF e também o próximo a ser empossado Flávio Dino que, salvo engano, ficará ministro da Justiça e Segurança Pública até 08/01/2024.
Antes de sair do ministério da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino ainda dirá umas fanfarronadas, o que Lula da Silva já sinalizou.
A imprensa também vê a possibilidade de, após 08/01/2024, Flávio Dino assumir sua cadeira de senador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) do Maranhão e nela ficar até 22/02/2024, quando deverá tomar posse no STF.
Nesta hipótese, Flávio Dino ainda embolsará salário e mordomias do Senado Federal, que não é de ferro.
Não tem nenhuma importância. Os brasileiros pagam.
Os donos do Brasil comeram, beberam, sorriram, confidenciaram e saíram de lá felizes para sempre.
Todavia – e apesar disto – a pobreza abunda nos rincões e periferias do Brasil, inobstante o “pai dos pobres” Lula da Silva, que gosta mesmo é de riqueza. Lula ainda diz, por aí, que está dizimando a pobreza. Há quem acredite.
Homofobia petista
Em 20/12/2023, o plenário da Câmara dos Deputados presenciou a falta de compostura moral do deputado Washington Quaquá, vice presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
O deputado lulopetista deu um tapa na cara do colega deputado Messias Donato (Republicanos-ES).
Minutos antes, o destrambelhado petista havia chamado de “viadinho” outro colega de Câmara, Nikolas Ferreira (PL-MG).
O PT, que condena a homofobia – e está certo ao condenar – demonstra praticá-la através de um de seus mais abalizados dirigentes.
O partido está em silêncio, por enquanto.
A esquisita decisão do ministro Dias Toffoli
Neste apagar das luzes de 2023, início do recesso do Poder Judiciário, o ministro Dias Toffoli suspendeu a multa bilionária que tinha sido imposta ao grupo J&F.
Detalhe: a advogada do grupo J&F é a mulher de Dias Toffoli.
“O ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Toffoli suspendeu a multa de 10,3 bilhões de reais do acordo de leniência do grupo J&F – para o qual sua esposa, Roberta Rangel, advoga. A decisão foi concedida na manhã desta quarta-feira, dia 20, o primeiro dia do recesso dos ministros do STF, que vai até 31 de janeiro, e não passará pela revisão no plantão da presidência, que ficará a cargo de Edson Fachin e só começa em 1º de janeiro” (Revista Piauí, 20/12/2023).
Se estivéssemos noutra quadra do tempo e num Brasil sério, o ministro Dias Toffoli teria se declarado impedido neste caso.
Não estamos. Mas tenhamos esperança.
araujo-costa@uol.com.br