Governo e oposição de Chorrochó

“Nunca interrompa seu adversário quando ele estiver no caminho errado.” (Napoleão Bonaparte, estadista e militar francês, 1769-1821).

Eloy Netto/Reprodução redes sociais

Em política é elementar que o erro do adversário viabiliza a vitória do concorrente.

A julgar pela enxurrada de críticas à administração do prefeito Humberto Gomes Ramos - e não é crítica somente de adversários – é razoável entender que Chorrochó não vai muito bem das pernas.

Então, em quatro assim, resta à oposição de lá deixar o prefeito continuar errando e não atrapalhar o caminho do alcaide para ver se, nas urnas de 2024, ela possa colher algum resultado favorável.

Difícil, todavia. Vislumbrar qualquer vitória dos opositores do prefeito nas eleições de 2024 não está no horizonte eleitoral. É razoável prever que o prefeito Humberto fará seu sucessor tranquilamente. Aliás, ele sempre soube driblar adversários com maestria.

O problema de Chorrochó – e não sei se isto chega a ser um problema – é que não existe oposição vigilante ao prefeito do município, que segue livre, sem nenhum obstáculo no caminho.

Há alguns nomes que se dizem de oposição e outros que, embora se intitulem como tais, são de araque, na linha parece, mas não é.

São de oposição Eloy Netto, José Nilson Rodrigues (Nilsinho), Eliete da Conceição e Marcelo Almeida, se não mudarem a toada e o discurso.

Marcelo Almeida/Reprodução redes sociais

Há outros, dentre esses: Silvandy Costa Alves (Bady) e o ex-prefeito Paulo de Tarço Barbosa da Silva (Paulo de Baião) que se dizem de oposição, mas com atuação morna e sofrível, fato que só beneficia o prefeito Humberto Gomes Ramos.

O vereador Luiz Alberto de Menezes (Beto de Arnóbio), que não tem nenhum pendor para o Executivo, parece que escolheu a mesmice, escorado no comodismo, sempre esperando a reeleição para a Câmara Municipal.   

A médica Socorro Carvalho que, noutras ocasiões, despontou com grande favoritismo e circulou no campo da oposição, parece desapontada com a seara política e, pelo que se sabe, não está se colocando como opção em 2024, por enquanto.

O fato é que a raquítica oposição de Chorrochó vem se desidratando ao longo dos anos ou, no mínimo, se transformando num tosco e mal acabado monumento à ficção política.

“Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer.” (Joseph Joubert, ensaísta francês, 1754-1824). Este não deve ser o caso de Chorrochó, mas o esfriamento da atuação dos adversários do prefeito é visível.

A oposição de Chorrochó gastou muito tempo laborando na ingenuidade estratégica e não conseguiu sequer assegurar razoável presença na Câmara Municipal nas últimas eleições.

“Toda ideia precisa de outra que se lhe oponha para aperfeiçoar-se.” (Hegel, filósofo germânico, 1770-1831).

Mas se não há ideias contrárias para aperfeiçoarem a condução da gestão municipal, o prefeito Humberto ostenta as ideias dele. Neste ponto, não está errado, ocupa o vácuo que os opositores não preenchem.

O prefeito Humberto Gomes Ramos (PP) foi reeleito para o atual mandato com 67,99% dos votos válidos, o que retrata a pífia atuação dos adversários.

Nas eleições de 2024 será tudo como dantes.

Convenhamos, um resultado beirando 70% dos votos válidos, mais do que indicação de que a população estava satisfeita à época, significava sólida liderança do prefeito que, pelo que se vê, nada mudou.

Politicamente Chorrochó é o simulacro do Estado.

A Bahia tem índices escandalosos: 51,6% de pobreza, 7 mil mortes violentas em 2022, média de 18 por dia, e situa-se entre os piores índices de qualidade na educação.

Ou seja, a população da Bahia vai mal, mas apoia seguidamente os governantes do Partido dos Trabalhadores (PT), que pouco ou nada fizeram para minorar este estado de coisas.

A solução de todas essas incongruências está em nossos professores, em nossas escolas. São os professores que ensinam a pensar e a discernir a verdade da demagogia.

São os professores que transformam nossos jovens, que ensinam que promessas de campanhas não significam critério de boa escolha nas urnas.

O futuro está nos professores e nas novas gerações. Confiemos.

Observação:

A turma do politicamente correto diria: professoras e professores. Não importa. Há tempo de aprender.

  araujo-costa@uol.com.br

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