A reforma milionária da casa do ministro.

Ministro Benedito Gonçalves. Foto: Gustavo Lima/STJ/Divulgação/Estadão

Benedito Gonçalves, antes discreto ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), está surfando na fama e na mordomia.

A grande imprensa o transformou em estrela porque, na condição de ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Corregedor-Geral Eleitoral, foi o relator do processo que tornou inelegível o ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

O voto do ministro foi decisivo para extirpar Bolsonaro das próximas disputas eleitorais.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está reformando o imóvel onde Sua Excelência passará a residir no Lago Sul, região nobre de Brasília.

Custo da reforma: R$ 950.868,81. Quase R$ 1 milhão.

Quem paga a reforma milionária da casa do ministro?

Resposta simples, lógica, previsível: Os impostos dos sofridos brasileiros.

“Segundo a ONU, o Brasil tem 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias” (UOL, 19/01/2024).

O ministro não deve saber disto e quiçá nem lhe interessa saber.

O importante para Sua Excelência deve ser o conforto. Afinal, o homem é famoso, trabalha muito, faz parte da elite intocável.

O imóvel é funcional, ou seja, é destinado pela República a residência de autoridades. De graça.

Esta anomalia vem do tempo da construção de Brasília. O presidente Juscelino Kubitscheck criou as residências funcionais para viabilizar a mudança de servidores públicos da então capital federal Rio de Janeiro para Brasília. Compreensível à época.

A incongruência persiste até hoje. A elite não muda esta realidade, não quer mudar, não interessa mudar.

Mesmo o ministro do STJ ganhando salário base de aproximadamente R$ 39,5 mil, mais penduricalhos e mordomias do cargo que os tornam estratosféricos ditos vencimentos, nós pagamos para ele morar em bairro elitista de Brasília.

Creiam. O Brasil tem jeito.

Basta investir na educação, abrir a mente das atuais e futuras gerações.  

Em tempo:

“De acordo com o portal Uol, fonte da informação, depois da repaginada, o imóvel deve ser ocupado por Benedito Gonçalves. O nome do ministro não foi confirmado ou negado pela assessoria do STJ” (Diário do Poder, 17/01/2024).

araujo-costa@uol.com.br

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