
Benedito Gonçalves, antes discreto ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), está surfando na fama e na mordomia.
A grande imprensa o transformou em estrela porque, na condição de ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Corregedor-Geral Eleitoral, foi o relator do processo que tornou inelegível o ex-presidente da República Jair Bolsonaro.
O voto do ministro foi decisivo para extirpar Bolsonaro das próximas disputas eleitorais.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) está reformando o imóvel onde Sua Excelência passará a residir no Lago Sul, região nobre de Brasília.
Custo da reforma: R$ 950.868,81. Quase R$ 1 milhão.
Quem paga a reforma milionária da casa do ministro?
Resposta simples, lógica, previsível: Os impostos dos sofridos brasileiros.
“Segundo a ONU, o Brasil tem 21 milhões de pessoas que não têm o que comer todos os dias” (UOL, 19/01/2024).
O ministro não deve saber disto e quiçá nem lhe interessa saber.
O importante para Sua Excelência deve ser o conforto. Afinal, o homem é famoso, trabalha muito, faz parte da elite intocável.
O imóvel é funcional, ou seja, é destinado pela República a residência de autoridades. De graça.
Esta anomalia vem do tempo da construção de Brasília. O presidente Juscelino Kubitscheck criou as residências funcionais para viabilizar a mudança de servidores públicos da então capital federal Rio de Janeiro para Brasília. Compreensível à época.
A incongruência persiste até hoje. A elite não muda esta realidade, não quer mudar, não interessa mudar.
Mesmo o ministro do STJ ganhando salário base de aproximadamente R$ 39,5 mil, mais penduricalhos e mordomias do cargo que os tornam estratosféricos ditos vencimentos, nós pagamos para ele morar em bairro elitista de Brasília.
Creiam. O Brasil tem jeito.
Basta investir na educação, abrir a mente das atuais e futuras gerações.
Em tempo:
“De acordo com o portal Uol, fonte da informação, depois da repaginada, o imóvel deve ser ocupado por Benedito Gonçalves. O nome do ministro não foi confirmado ou negado pela assessoria do STJ” (Diário do Poder, 17/01/2024).
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