Memória de Chorrochó: Marieta Argentina de Menezes

Marieta Argentina de Menezes/Arquivo Professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes

A história de Chorrochó registra que em 03.12.1939 a professora Marieta Argentina de Menezes formou-se pela Escola Normal Nossa Senhora Auxiliadora, de Petrolina, tradicional estabelecimento de ensino daquela cidade pernambucana.

Sabe-se que foi a primeira professora formada em magistério no município.       

Quando Chorrochó ainda engatinhava em busca de seu próprio destino, a professora Marieta desempenhava, com altivez, o glorioso ofício de ensinar.

Ensinou respeito, ensinou dignidade, ensinou o caminho para que seguidas gerações vislumbrassem os horizontes que sonhavam.

Chorrochó ainda não prestou o reconhecimento a essa que foi um dos pilares da educação local e construtora de sua história.

Embora todos os meus pleitos feitos à Prefeitura de Chorrochó tenham sido peremptoriamente negados pela última safra de prefeitos, insisto em minha insignificância e deixo aqui uma sugestão: quando Chorrochó tiver, se um dia tiver, uma biblioteca municipal à altura do município, seja colocado o nome de Biblioteca Professora Marieta Argentina de Menezes.

A professora Marieta foi, indubitavelmente, um esteio que sustentou a educação e a cultura de Chorrochó durante décadas, não apenas em sua condição de educadora, mas através da participação ativa e permanente na vida da cidade e do município.

Participou significativamente de todos os movimentos sociais, culturais e religiosos de Chorrochó do seu tempo. Destacou-se como exemplo de dedicação à Pia União das Filhas de Maria e ao Apostolado da Oração, instituições históricas vinculadas à Igreja de Senhor do Bonfim.

Quando não se falava em ecologia, verde, sustentabilidade e outros penduricalhos mais que temos hoje, a professora Marieta já plantava árvores nas ruas de Chorrochó para perenizar o respeito à natureza e preparar a mente das novas gerações.

A professora Marieta era católica tradicional, fervorosa admiradora da causa dos Santos da Igreja e firme defensora dos valores da família.

Suas palavras sempre foram de alento e esperança, nunca de desânimo, mormente quando em contato com os jovens.     

Teve uma visão de futuro que as gerações de hoje desconhecem. E desconhecem porque a história de Chorrochó vem definhando, em razão da falta de empenho dos órgãos que têm o dever de sustentá-la.  

Tenho dificuldade de entender porque pessoas que construíram a história de Chorrochó sempre foram deixadas à margem das preocupações das instituições municipais que se dizem empenhadas em cuidar da cultura do lugar.

Mesmo em sua senectude a professora Marieta não permitiu que se ofuscasse o brilho de grande mestra e exemplo inegável de vida.

Ostentava, com dignidade absoluta, o símbolo da mulher de Chorrochó, parâmetro de como se deve viver em sociedade: elegante, educada, respeitadora, humilde, extremamente ética.

Marieta Argentina de Menezes/Arquivo da professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes

Marieta Argentina de Menezes faleceu em 24.03.2018 aos 100 anos.    

araujo-costa@uol.com.br   

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