Flávio Dino e os privilégios da elite política

Antes de tomar posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-ministro da Justiça Flávio Dino assumiu o cargo de senador pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) para o qual havia sido eleito em 2022. Ou seja, passou por lá.

Como diriam os franceses, esteve no Senado en passant, de passagem.

Flávio Dino ficou no Senado Federal poucos dias, cerca de vinte dias, o suficiente para receber aproximados R$ 44 mil de salário, mais verba de gabinete que serve para apadrinhar os cupinchas, também conhecidos como ocupantes de “cargos em comissão”, de livre nomeação do senador. São os camaradas, amigos etc. Mais as mordomias do cargo.

Ressalte-se que é direito de Sua Excelência, está na lei. Ele não fez nada errado.

São os privilégios da elite política.   

“O número total de ocupantes de cargo em comissão lotados em um único Gabinete Parlamentar não poderá exceder a cinquenta.” (Band, 31/01/2023). Está  no Regulamento Administrativo do Senado. Ou seja, cada senador pode empregar, se quiser, até 50 amigos.  

Na Câmara dos Deputados, “o valor mensal da verba de gabinete é R$ 111.675,59. Ele serve para pagar os salários dos secretários e funcionários, que não precisam ser servidores públicos e podem ser escolhidos pelos parlamentares, ou seja, ocupam cargos comissionados.” (Band, 31/01/2023).  

Em 22/02/2024 Flávio Dino tomará posse no Supremo Tribunal Federal.

Diz ele que vai tirar a roupa de político e vestir a toga.

Não custa acreditar.

araujo-costa@uol.com.br

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