
Anunciado com estardalhaço pelo governo, inclusive com discurso do presidente Lula da Silva, o programa Pé-de-Meia já está furado, encolheu e precisa de cerzidura..
Na última semana, Lula da Silva anunciou a ampliação do programa para mais 1,2 milhão de estudantes.
Em seguida – três dias depois – contrariando o que disse, Lula da Silva mandou o Ministério da Educação bloquear R$ 500 milhões das verbas do Pé-de-Meia, o que ofusca o objetivo que o programa pretende alcançar.
Entretanto, vale o registro: o programa Pé-de-Meia é bom. A expectativa é que deve atingir um universo de 4 milhões de estudantes do ensino médio.
O programa é meritório. Pode significar o caminho para retirar os jovens das ruas, mostrar-lhes a esperança e afastá-los do risco da degenerescência social, apontando o caminho do crescimento interior, da capacitação profissional e, sobretudo, da formação de bom caráter.
O Pé-de-Meia pretende pagar por ano dez parcelas de R$ 200 para estudantes de baixa renda, como incentivo para não deixarem o ensino médio. Mais um depósito de R$ 1.000 por ano que só pode ser retirado após a conclusão do curso e mais R$ 200 pela participação do aluno no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).
Interessante é que Lula da Silva anunciou o Pé-de-Meia e sua ampliação de forma espalhafatosa, mas ficou em silêncio quando mandou bloquear R$ 500 milhões do programa.
Ou seja, Lula da Silva diz somente o que lhe interessa politicamente e quando sua fala tem o condão de carrear votos para o lulopetismo, mormente neste ano de eleições municipais. O PT está claudicando em muitos centros urbanos.
Em São Bernardo do Campo, berço político de Lula da Silva, o Partido dos Trabalhadores está fora do poder há aproximados oito anos. Pelo andar da carruagem, parece certa a derrota do partido e do lulopetismo nas eleições de outubro vindouro.
Em 2016, o filho de Lula da Silva não conseguiu se reeleger vereador de São Bernardo do Campo. Teve 1.504 votos e amargou o 58º lugar na votação para a Câmara Municipal.
Quanto ao Pé-de-Meia, aqui não se questiona o acerto ou a necessidade do bloqueio da verba, em razão de questões orçamentárias e de equilíbrio fiscal das contas públicas, mas a falta de publicidade quando o assunto não enaltece o governo.
Nos governos do PT é assim: quando o assunto beneficia o lulopetismo vira vitrine. Quando não é favorável vira silêncio, para não se transformar em estilingue dos adversários.
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