Chorrochó e o vereador Beto de Arnóbio

Vereador Beto de Arnóbio (PT)/Crédito: arquivo do vereador

“Governo existe para fazer as coisas difíceis. As fáceis a gente mesmo faz.” (Chico Heráclio, 1885-1974, o último dos coronéis do Nordeste, Limoeiro-PE).

Luiz Alberto de Menezes (Beto de Arnóbio) é vereador em Chorrochó, município do submédio São Francisco encravado no sertão da Bahia.

Salvo engano, o vereador está no quarto mandato, o que chega a ser normal na história de qualquer Legislativo em quaisquer esferas.

Beto de Arnóbio tem se destacado pela combatividade e pela coerência com sua história partidária, de modo que mantém-se no Partido dos Trabalhadores (PT) e, parece, continuará nas fileiras da agremiação, mesmo quando retirar-se da vida pública, se vier a deixar algum dia.

A vereança nos municípios do interior baseia-se mais na proximidade e nos laços de amizade dos eleitores com os vereadores do que, propriamente, no desempenho destes frente à coletividade.

Neste particular, parece que o vereador Beto de Arnóbio cultiva duradouras amizades, o que tem atraído razoável fidelidade dos seus eleitores.

É indubitável que o vereador Beto de Arnóbio tem sido vigilante com a coisa pública, de modo que é vasta sua atuação no que tange às proposições submetidas ao plenário da Câmara Municipal, tais como indicações, pedidos de informação e de solicitação, pedidos de providências ao Executivo et cetera.

Tenho acompanhado algumas delas ao longo do exercício de seus mandatos, inclusive reivindicações de interesse do município junto às autoridades estaduais.

Como o município é uma instituição político-jurídica onde se reúnem os mesmos ideais e interesses da sociedade, cabe ao vereador, qualquer que seja ele, interpretar os anseios e sentimento da população, de tal modo que não se deixe contaminar pela mesmice quanto aos vícios tão comuns na atividade parlamentar, muitos deles alheios às necessidades da população e, por conseguinte, abomináveis.

Parafraseando o lendário coronel de Limoeiro, o vereador deve reivindicar as coisas difíceis, porque as fáceis seguem outro caminho.

Entretanto, ocorre que a prática política não cuida das coisas difíceis a contento e a população acaba ficando à mercê do descaso imposto pela vontade das autoridades, nem sempre preocupadas com a coletividade.  

O vereador Beto de Arnóbio vem de uma família de políticos respeitáveis que lutaram, cada um a seu modo e no seu tempo, em defesa de Chorrochó, consideradas as precariedades da ocasião.

Em 1954, em decorrência da emancipação do município, o avô materno Eloy Pacheco de Menezes foi nomeado, por decreto do governador Luiz Régis Pacheco Pereira, para exercer, em caráter provisório, as funções de gestor dos serviços municipais, enquanto não se realizavam as primeiras eleições que se deram a 03 de outubro de 1954, quando foi eleito o primeiro prefeito Aureliano da Costa Andrade.

Eloy Pacheco de Menezes tinha caráter inflexível, reputação ilibada e impressionante disposição e capacidade de defender os valores de Chorrochó tão espezinhados nos dias de hoje.

Ademais, o núcleo familiar mais próximo de Beto de Arnóbio por si só lhe deu sustentação moral irrepreensível: a mãe Maria Menezes (Pina) e o pai Francisco Arnóbio de Menezes.

Francisco Arnóbio de Menezes merece um monumento à amizade. 

O fato é que os esteios do município de Chorrochó lastrearam-se na uníssona família Pacheco e Menezes, de modo que o vereador Beto de Arnóbio afigura-se lídimo representante desse tronco político, mas parece razoável entender que o ilustre edil não priorizou a coesão de suas raízes políticas.

Noutras palavras: a família Pacheco de Menezes ficou politicamente acéfala, fragmentada, desprovida de liderança e, sobretudo, à margem do caminho que leva à preservação da continuidade histórica do município.

De qualquer forma, o vereador Beto de Arnóbio honra a Câmara Municipal de Chorrochó e tem sido uma voz robusta na defesa de suas convicções ideológicas que, de resto, é pressuposto da democracia.

araujo-costa@uol.com.br

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