Na Bahia, as águas estão correndo para o mar de Rui Costa

“O PT é um partido de trabalhador que não trabalha, estudantes que não estudam e intelectuais que não pensam”. (Roberto Campos, economista, escritor e diplomata, 1917-2001)

As expectativas quanto às eleições municipais de outubro próximo já estão indicando fragorosa derrota do Partido dos Trabalhadores (PT), assim como em 2016.

No primeiro mandado de Lula da Silva, o PT elegeu prefeitos em 9 capitais e elevou o patamar para 411 prefeituras.

Em 2020 o número despencou para 183 prefeitos e nenhuma capital de estado.

Em 2016 o vexame foi maior.

Neste 2024, as pesquisas sinalizam que o lulopetismo vai perder as eleições na região do ABC paulista (7 municípios), berço político de Lula da Silva, de modo que nem em São Bernardo do Campo há esperança do morubixaba de Caetés ganhar a Prefeitura.

O PT chafurdou na lama dos escândalos de corrupção, petrolão e mensalão, por exemplo, dentre outros e tapetou o caminho com arranhões morais tais que inviabilizaram a seriedade do partido.

Um partido que tem Gleisi Hoffmann (PT-PR) como presidente nacional não pode ser um partido sério.  

Aliás, falta de seriedade não é característica ou privilégio somente do PT. Nossos partidos políticos são excrescências, trampolins para dirigentes partidários ganharem dinheiro e fatias de poder nos governos de plantão.

A presidente nacional do partido distribuiu vídeo em data recentíssima, falando em nome do PT, dizendo que a culpa pelas queimadas e desmatamentos é do ex-presidente Bolsonaro.

Inacreditável. Lula da Silva e o PT estão no governo desde 01/01/2023, até aqui não conseguiram governar e cumprir as promessas da campanha eleitoral e, mais de um ano e meio da posse, ainda culpam o presidente anterior pelos desmandos que não conseguem controlar e/ou extirpar.   

O PT não conseguiu descer do palanque de 2022 e está fazendo o que sempre fez: procurar culpados e empurrar para seus adversários os erros que continuadamente comete. Trata-se do “nós e eles”, idiotice criada por Lula da Silva.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ferrenha crítica do governo Bolsonaro, simplesmente desapareceu, escafedeu-se. Aparece somente em situações protocolares, exatamente porque não tem como justificar a derrocada da atuação do Ministério que comanda ou não tem condições de comandar.

A ministra Marina Silva agora quer dividir a responsabilidade do governo com a sociedade. Segundo ela,  “tudo o que precisava ser feito, a gente está fazendo. Agora, é preciso que a gente entre em uma lógica de a sociedade também se responsabilizar.” (entrevista ao UOL, 11/09/2024).

Sua Excelência está visivelmente constrangida e sem rumo.

Parêntese: estão calados os artistas brasileiros que tumultuaram o governo Bolsonaro alegando descaso com os índios yanomamis, desmatamento, queimadas e garimpos ilegais, dentre outras acusações.

A explicação é simples: esses artistas hipócritas estão pendurados na lei Rouanet, que o governo Lula escancarou em benefício deles e desfrutando as benesses do governo petista. São partes dos sanguessugas do lulopetismo.

Segundo a Agência Brasil, 63 artistas foram cantar na posse de Lula e paparicá-lo. Não há lei Rouanet que resista a tantos encantos e a tantos hipócritas.

Mas o assunto central deste artigo é Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil de Lula da Silva.

Rui Costa e Jerônimo Rodrigues/Crédito PT Bahia

Ao apagar das luzes de seu governo, Rui Costa (PT) comprou uma cinematográfica fazenda na região de Itagibá e Ipiaú avaliada em R$ 1,5 milhão.

Ato contínuo, “o governo da Bahia gastou 3,9 milhões de reais para recuperar o aeródromo de Ipiaú, cidade localizada a 360 quilômetros de Salvador, onde Rui Costa adquiriu uma fazenda entre o final de 2022 e o início de 2023”, segundo publicou o UOL.

A Secretaria de Infraestrutura do Estado (SEINFRA) cuidou da obra.

“A obra foi iniciada em 2022, último ano de Rui Costa como governador, e concluída em junho de 2023, já sob a gestão de seu sucessor, Jerônimo Rodrigues” (O Antagonista, 18/09/2024).

Com muita eficiência, o que não é comum nos governos petistas da Bahia, o sucessor Jerônimo Rodrigues (PT) deu continuidade à reforma do  aeroporto de Ipiaú, vizinho à fazenda do chefe e já o inaugurou, salvo engano em 11/09/2024.

Como diz o ditado, “as águas só correm para o mar”. Desta vez, para o mar de Rui Costa.

araujo-costa@uol.com.br

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