Na Bahia, Otto Alencar precisa explicar

Senador Otto Alencar, PSD da Bahia/Crédito: Senado Federal

O presidente estadual do PSD da Bahia, senador Otto Alencar, despejou R$ 60 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas – Fundo Eleitoral, que é dinheiro público, nos cofres de uma candidata a vereadora de Eunápolis, sul do Estado.

A candidata de Otto Alencar teve somente 5 votos, mas segundo a imprensa noticiou, gastou R$ 7,5 mil de “criação de peças publicitárias” e R$ 40 mil para “serviço de militância na campanha eleitoral”, tudo pago a uma mesma empresa de marketing digital.

Ainda em Eunápolis, outra candidata a vereadora de Otto Alencar, gastou R$ 40 mil e teve 11 votos e outra gastou R$ 40 mil e teve 48 votos.

Eunápolis tem 120 mil habitantes.

No Nordeste, há um provérbio que retrata bem o comportamento de Otto Alencar: “Quem atira com pólvora alheia não toma chegada”.

O dinheiro é público, extirpado dos brasileiros que passam fome para financiar candidaturas de políticos parasitas, sanguessugas, aventureiros e também para custear o luxo de dirigentes e líderes partidários que se dizem defensores do povo.

Logo, Otto Alencar não tomou a cautela necessária ao distribuí-lo a torto e a direito para seus apaziguados.

Há outros casos gritantes de desperdício de dinheiro público do Fundo Eleitoral na Bahia. Chegam a 236, segundo a imprensa publicou. A bem da verdade, nem todos protagonizados pelo senador Otto Alencar.

Em 6 de outubro, o PSD de Otto Alencar elegeu 115 prefeitos na Bahia, de um total de 417 municípios.

Sua Excelência Otto Alencar é o mesmo senador arrogante que se achava o suprassumo da correção na CPI da Covid.

Correto ele deve ser, não se questiona aqui sua hombridade. Todavia, Sua Excelência deve cuidar melhor do dinheiro público.

Procurado pela imprensa para explicar o disparate de Eunápolis, o senador Otto Alencar foi irônico: “Quem calcula é a urna, não sou eu”.

O senador tem razão. A urna calcula os votos, mas o dinheiro público destinado ao PSD da Bahia quem distribuiu – e para quem distribuiu – foi ele.

Fonte: Jornal O Estado de S.Paulo, 14/10/2024.

araujo-costa@uol.com.br

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