Memória de Chorrochó: Regina Luíza de Menezes

“Porque de feitos tais, por mais que diga, mais me há de ficar ainda por dizer.” (Luís de Camões, poeta português, 1524-1580)

O antigamente nunca se desvincula do agora.

Bem por isto – ou quase por isto – de quando em vez costumo bisbilhotar os meandros da história de Chorrochó e, neste mister, vivo consultando meus alfarrábios, embora não seja historiador, mas tão somente curioso, nada mais do que isto.

É uma forma de cutucar o tempo, trazer o antigamente para o agora,  embora de maneira pretensa e atormentado pela saudade do lugar e do sertão.

Entretanto, lembrei que há coisa melhor e mais rica para consultar do que minhas pobres e raquíticas anotações: o livro História de Chorrochó, de autoria da professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes e do Dr. Francisco Afonso de Menezes.

Lá tem tudo sobre Regina Luíza de Menezes.

A admirada e memorável Regina Luíza de Menezes foi Oficial do Registro Civil das Pessoas Naturais da comarca de Chorrochó. Ingressou nesse ofício em 1951, bem antes da comarca.

Regina Luíza de Menezes/Arquivo Ivone Menezes Carvalho

Adveio a instalação da comarca de Chorrochó em 1967 e ela continuou no comando do Cartório ao tempo do Dr. Olinto Lopes Galvão Filho, primeiro juiz titular e juízes subsequentes.

Regina Luíza de Menezes nasceu em 19/09/1919, filha de Maria Luíza do Nascimento Menezes e Sebastião Pacheco de Menezes. Foi aluna da professora Josepha Alventina de Menezes (hoje nome de escola na sede do município) e estudou também em Pesqueira, Pernambuco.

Regina Luíza de Menezes se casou em 1938 com José Pires Filho (Ioiô), sujeito valente, reputação ilibada, caráter inflexível e decência absoluta.

Cauteloso com as palavras, arredio, respeitador, atento, observador, Ioiô não abdicava de seus princípios de sertanejo defensor de sua honra.

José Pires Filho (Ioiô), arquivo professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes

Conheci ambos – Regina e Ioiô – na primeira metade da década de 1970 e também os ilustres e bem educados filhos José Claudionor de Menezes (Nonô), Antonio Bosco de Menezes e Maria Auxiliadora de Menezes (Dorinha).

José Claudionor de Menezes (Nonô) foi serventuário da Justiça de Chorrochó e, nesta condição, desempenhava a função de avaliador judicial, assim como seus colegas José Claudio de Menezes (Dedé de Juca) e Osvaldo Alves de Carvalho, pioneiros na história da comarca.

Aliás, no livro Dorotheu: caminho, lutas e esperanças, de autoria deste trôpego e titubeante escrevinhador, tem algumas referências a Nonô, precioso amigo naquela quadra do tempo. Sou grato, in memoriam, por sua convivência e amizade.

Político irrequieto e prestativo, Nonô foi vereador atuante em Chorrochó por cinco mandatos.

Aprendi com o retro aludido livro História de Chorrochó, que Regina Luíza de Menezes foi secretária do Apostolado da Oração, instituição religiosa fundada em 15/08/1915, fundamental na vida da Igreja de Chorrochó até os dias de hoje.

Regina Luíza de Menezes faleceu em 27/01/1993.

Em tempo:

Procurei – e não achei – nas publicações da Câmara Municipal de Chorrochó, talvez em razão de minha incompetência, quadros e/ou fotos dos vereadores do município que exerceram a presidência da Edilidade.

Também procurei no site da Prefeitura de Chorrochó – e não achei – talvez em razão de minha incompetência, fotos/quadros dos ex-prefeitos do município.

Essa é uma providência comum nos municípios que prezam sua história.

Longe de ser uma medida para enaltecer figuras públicas, isto significa uma forma de sedimentar os valores do município, mormente perante as gerações subsequentes e socorrer pesquisadores interessados na história do lugar.

Peço vênia à Câmara Municipal e à Prefeitura, se minha observação não procede.

araujo-costa@uol.com.br

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