Quando José Evaldo de Menezes faleceu em 2020, citei nalgum lugar, em sua homenagem, uma frase do escritor português Camilo Castelo Branco (1825-1890) que agora reproduzo: “O coração, cofre de um tesouro, era material: desfez-se. Ficou o tesouro incorruptível e sagrado: a honra”
No ano seguinte, faleceu seu irmão João Bosco de Menezes (Joãozito), aumentando o vazio da família, o que nos fez muito refletir sobre nossas fraquezas, a efemeridade da vida, a certeza da morte e a importância da fé.

Em junho deste corrente ano de 2024, faleceu Maria do Socorro Menezes Ribeiro, o esteio que restava da construção de Izabel Argentina de Menezes (D.Biluca) e Dorotheu Pacheco de Menezes.

A frase do escritor português ajusta-se aos três. Honrados, honestos e respeitados, Socorro, Evaldo e Joãozito souberam construir ao seu redor, o que de mais precioso se pode deixar para familiares e amigos: a honra e a retidão de caráter.
Deixaram mais: uma universidade gigante e indestrutível, a universidade que ensina a construir amizades.
Sou grato aos três – Socorro, Evaldo e Joãozito – por me terem acolhido na juventude, em situação muito difícil.
Sou grato a Maria do Socorro Menezes Ribeiro, minha distinta comadre, por tudo que fez em meu benefício. E grato também a Virgílio Ribeiro de Andrade, seu esposo e meu admirável compadre, distinto compadre.
Confesso admirador de todos, enquanto viveram e, hoje, in momoriam, relembro essa admiração que não se acaba, não pode acabar, nunca vai se acabar.
Jamais a gratidão pode se esvair no tempo, mesmo em razão da morte, mesmo em razão de nossas fraquezas humanas.
Post scriptum:
Em 23/11/2024 – salvo engano e se a agenda não mudar – o governador da Bahia junta-se aos políticos de Chorrochó e, segundo consta, reinaugura dois valorosos símbolos que Dorotheu Pacheco de Menezes idealizou, fez realidade e deixou:
O Colégio Estadual de Tempo Integral São José. A nova instituição construída manteve o nome Colégio São José que teve como embrião o Ginásio Municipal Oliveira Brito.
O Mercado Municipal da sede, antigo Centro Comercial Municipal de Chorrochó, que o governo estadual achou um bonito nome para deixar as marcas da gestão atual do município e do Estado: requalificação.
Por uma questão de respeito à História de Chorrochó, o cerimonial das inaugurações deve citar, no mínimo, o nome de Dorotheu Pacheco de Menezes, vez que tem sido omitido noutras ocasiões. A conferir.
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