“Governo existe para fazer as coisas difíceis. As fáceis a gente mesmo faz.” (Coronel Chico Heráclio, de Limoeiro-PE, 1885-1974)

Durante a sedação do presidente Lula da Silva, procedimentos cirúrgicos e internação na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o Brasil ficou acéfalo, sem presidente.
Tirante a preocupação com a saúde do presidente, que todos devemos ter e ser solidários, não fez a menor diferença. O Brasil andou porque não precisa do PT para andar.
O governo Lula – parece lenda – tem 39 ministérios, sendo 31 ministérios propriamente ditos, 4 secretarias e 4 órgãos com status de ministérios.
Um fantástico cabide de empregos para acomodar aliados e apaniguados. Tais ministérios existem formalmente, mas questionáveis na atuação.
Pelo menos cinco ministros estavam – ou estão – preocupados em arranjar empregos vitalícios para suas esposas e entronizá-las no pedestal das mordomias.
É o caso, dentre outros, do todo poderoso Rui Costa, ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil.
Talvez o exemplo mais evidente de seriedade no ministério de Lula seja o pernambucano José Múcio Monteiro Filho, ministro da Defesa. Trabalhador, sério, probo, correto, sensato e, sobretudo, responsável.
José Múcio já sinalizou que vai sair, disse que já cumpriu sua parte no governo Lula e precisa recolher-se ao descanso e à vida particular. O ministro já notou que sua biografia não se ajusta bem a esta constelação de ministros opacos e indolentes.
Ainda em recuperação, de volta a Brasília, Lula se reuniu com seus ministros e daí, como de praxe, saiu a foto de todos, mais um sinal de confraternização de fim de ano do que resultado de discussões de tarefas administrativas.
O PT não pensa noutra coisa, senão na eleição presidencial de 2026, o que chega a ser um desrespeito ao estado de saúde do presidente Lula.
Sequer sabemos se Lula terá condições de saúde e de idade para enfrentar mais um pleito eleitoral daqui a dois anos.
Esperamos todos que Lula da Silva atravesse essa fase da velhice e permaneça apto para disputar a eleição presidencial de 2026.
Lula continua sendo um contraponto democrático, embora democracia para o PT seja tão somente uma questão semântica.
Não pode primar pela democracia um partido que apóia ditaduras cruéis a exemplo de Cuba e Venezuela, para ficar nesses dois exemplos.
Mas é bonito dizer que é democrático. E o PT diz que é.
O problema do PT é que não tem líderes para substituir Lula. Há um vácuo de liderança no partido.
O PT se sustenta em Lula da Silva. Sem Lula, esfacela-se.
araujo-costa@uol.com.br