“A Justiça é como uma serpente, só morde os pés descalços.” (Eduardo Galeano, jornalista e escritor uruguaio, 1940-2015).

Tão cara quanto desnecessária, a Justiça do Trabalho pagou em dezembro de 2024, R$ 10 milhões a mais a seus 27 ministros do Tribunal Superior do Trabalho, a título de “pagamento de retroativos”.
Cada ministro do TST recebeu, em média, R$ 416 mil, somente em dezembro. Um ministro chegou a receber R$ 706 mil.
Só para lembrar, o salário mínimo é R$ 1.518,00 e a maioria dos brasileiros aposentados, que trabalhou e contribuiu para o INSS durante toda a vida, recebe um salário mínimo ou em volta disto.
“A média desse dinheiro embolsado pelos ministros do TST corresponde a 13 vezes mais que o teto do funcionalismo público, que é o salário de ministro do Supremo Tribunal Federal.” (Diário do Poder, 22/01/2025).
Ou seja, o teto constitucional previsto é uma deslavada hipocrisia.
Os supersalários persistem, os privilégios da elite persistem.
Enquanto pobres, miseráveis e descalços passam fome, a elite do Judiciário se lambuza.
Agora, a piada. Está escrito na sede do TST: “O Tribunal da Justiça Social”.
Que Justiça Social é esta que permite que um ministro do tribunal receba R$ 716 mil num só mês e um trabalhador aposentado que, por exemplo, trabalhou 35 anos e pagou o INSS, receba somente um salário mínimo?
araujo-costa@uol.com.br