Reunião de intelectuais é um porre.
Quem não é casmurro e sorumbático é vaidoso.
Carlos Heitor Cony dizia, com conhecimento de causa: “Como os elefantes, a partir de dois, três intelectuais chateiam muito mais”.
Fui convidado para uma reunião, creio que na condição de amigo, porque intelectual não me considero.
Discutiu-se de tudo, menos sobre o assunto para o qual a reunião foi convocada, de modo que a dita cuja se transformou em burburinho, risos dos mais vaidosos e indiferença dos sorumbáticos.
Lá para as tantas, alguém quis saber sobre o aumento do preço dos alimentos que o governo está preocupado e perdido, sem saber o que faz, o que não é nenhuma novidade em se tratando de governo do PT.
Brasília, sexta-feira, 23 e 24 de janeiro de 2025:
O ministro Rui Costa, da Casa Civil, que entende tudo de vaidade política e nada de economia, se arriscou a convocar entrevista à imprensa, que acabou inútil, para explicar o que aconteceu na reunião convocada pelo governo, realizada no Palácio do Planalto, para discutir e solucionar o preço dos alimentos.
O ministro Rui Costa nada explicou. Ao contrário, jogou frases e opiniões soltas no ar que acabaram dificultando ainda mais a comunicação e situação do governo como, por exemplo, “intervenção no setor de alimentos”, “quem não puder comer laranja coma outra fruta mais barata” e outras barbaridades desconexas.
Por sua vez, o ministro petista do Desenvolvimento Agrário sugeriu que a solução do problema está no cultivo e safra de alimentos, o que significa dizer que a população tem de esperar ações do governo no sentido de incentivar e financiar plantação e colheita.
Até lá os pobres já estarão em crise de inanição.
Na reunião, houve até – segundo boatos já desmentidos pelo governo – um porralouca que sugeriu alterar o prazo de validade das embalagens de alimentos, como solução para flexibilizar a crise.
Ou seja, consumir alimentos com prazo de validade vencido ou alterado.
Coisa de mentecapto.
“Está descartada a proposta de mudança nas regras do sistema de prazo de validade para tentar reduzir o preço dos alimentos nas prateleiras dos supermercados. A afirmação veio do próprio ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, após a reunião”. (CNN, 23/01/2025).
Assim, como a reunião de intelectuais, a reunião de membros do governo para tratar do preço dos alimentos, terminou sem nenhum resultado.
Casmurros e elefantes incomodando-se entre eles.
araujo-costa@uol.com.br