Não se sabe se em razão da saúde fragilizada ou, consequentemente, de cansaço, o presidente Lula da Silva já vinha demonstrando sinais de que enfrentava alguns tropeços políticos.
Lula indicou o espalhafatoso senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), para líder do governo no Senado Federal, uma tragédia.
Randolfe Rodrigues é líder que não sabe liderar, não sabe conversar, não sabe costurar medidas decentes que o governo precisa. Sua especialidade é gritar em seus discursos sem importância, radicalizar, afastar-se do debate político civilizado, espezinhar adversários políticos que ele os transformou em inimigos.
É tudo que a democracia não comporta, não agasalha, não acolhe, não aprova.
Randolfe Rodrigues é o avesso da política sadia, civilizada, decente.
Agora, Lula da Silva segue criando mais alguns tropeços. Convidou a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), ainda presidente nacional do partido, para assumir o Ministério das Relações Institucionais que cuida, basicamente, das relações do governo com o Congresso Nacional.
Para ficar tudo em casa, mantém como líder do PT na Câmaras, o deputado fluminense Lindberg Farias.
Gleisi e Lindberg são dois radicais incompatíveis com a civilidade política.
Isto pode dar certo num governo em que a popularidade do presidente anda cambaleando?
Aliás, à exceção de Lula da Silva, o PT não tem líderes nacionais. Tem vassalos, bajuladores, deslumbrados e interesseiros ávidos para achar um encosto nos cofres públicos.
Para piorar, há um zum-zum-zum (e espera-se que não se confirme) que Lula da Silva vai entronizar o invasor de propriedade Guilherme Boulos na Secretaria Geral da Presidência da República, que cuida, dentre outras atribuições, dos movimentos sociais. Tudo que Boulos quer, palanque para vomitar suas intragáveis esquisitices e excentricidades.
Nas eleições municipais de 2024, a população da capital de São Paulo o rejeitou nas urnas, enterrando, sabiamente, o intento do estrambótico deputado do PSOL de ser prefeito da capital dos paulistas.
Como se vê, São Paulo ainda tem juízo.
A Secretaria Geral da Presidência atualmente é comandada pelo ministro Márcio Macedo, amigo de Lula da Silva, o mesmo que levou assessores a tiracolo, pagos com dinheiro público, para se deleitarem no Pre-Caju de 2024, famosa prévia carnavalesca que acontece anualmente em Sergipe.
O escândalo foi parar no Tribunal de Contas da União.
O fato é que Márcio Macedo continua no Palácio do Planalto até hoje, ao lado do presidente.
É bom ser amigo do rei.
Quem entende de Lula diz que ele está perdido e isolado politicamente.
Acho que não. Ele sempre esteve envolto em devaneios.
Lula é um carrapato do poder. Agarra-se a ele cada vez mais e com os meios que ele entende disponíveis.
araujo-costa@uol.com.br