Curaçá perde José Omara Lopes da Silva

À esquerda, José Omara Lopes da Silva e o filho Júlio César, em foto de 2014/Reprodução do ferfil no facebook

Não me lembro a data, assim, de improviso.

Passei a ficar atento e acompanhar o pensamento do curaçaense José Omara quando, ao discordar de um dos meus textos sobre o cenário político nacional, ele o fez com educação, decência, sobriedade, afabilidade e lhaneza.

Presumo que ele não quis melindrar este insignificante autor do texto e, se este foi seu intento, conseguiu: além de não melindrar, incluí-me entre seus admiradores.   

Não o conheci, pessoalmente. Atesto, acanhado, esta lacuna em meu viver na condição de filho de Curaçá, embora as redes sociais me tenham permitido fazer alguns sucintos e ligeiros contatos com ele. Insuficientes, entretanto, para aquilatar sua grandeza de extraordinária figura humana.

O que sei de José Omara – e sei pouco – é que vivia rodeado de amigos e todos queriam estar com ele.

Alegre, espirituoso, querido e, sobretudo, decente, além de eficiente profissional em sua área de atuação.

José Omara mantinha uma espécie de confraria que cultivava amizades e afastava as intempéries do dia a dia.

Somente a grandeza e seriedade das amizades são capazes de tornar a sociedade possível, diante de tantas atrocidades, egoísmos, degenerescências e incompreensões.

Omara tinha como sustentáculos os valores da família Lopes, conhecida por representar dignidade e respeito no município de Curaçá.

Atrevo-me e me arisco a dizer que ainda tenho alguns amigos na conspícua e digna família Lopes, em Curaçá.

São amigos que perduraram, inobstante a passagem inevitável do tempo e essas longas cinco décadas que me mudei de lá.  

Destacou-se na condição de militante da esquerda política sustentada no bom senso e no equilíbrio. Também professor, exercia função de relevo na Prefeitura de Curaçá.

Em abril próximo, salvo engano, Omara completaria 57 anos.

A fatalidade o afastou de parentes, amigos e de todos que o admirávamos e continuamos admirando, in memoriam.

Deixo pêsames à família.

araujo-costa@uol.com.br

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