“Ilustrar o espírito é pouco; temperar o caráter é tudo.” (Raul Pompéia, 1863-1895, in O Ateneu)

A Folha de S.Paulo publicou e outros órgãos de imprensa repercutiram a notícia, exaustivamente.
O governo de Lula da Silva empresta, generosamente, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para viagens de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), embora não previsto em normas e/ou regulamentos.
Suas Excelências, os ministros do STF, donos do Brasil, fizeram 154 voos em jatinhos da FAB, somente no período de janeiro de 2023 até fevereiro de 2025.
Pior: os nomes das pessoas que utilizaram os aviões e, por consequência, seus acompanhantes, foram colocados sob sigilo por 5 anos.
Ou seja, a transparência com os gastos públicos subiu ao telhado, o que, aliás, não é nenhuma novidade neste tempo de desigualdade democrática.
Como cantava Cauby Peixoto, em Conceição, “se subiu, ninguém sabe, ninguém viu.”
Os privilegiados gastadores do dinheiro público deitam e rolam com suas benesses, sem nenhuma fiscalização, à custa dos brasileiros que pagam impostos e muitos passam fome.
Diz a imprensa – a Folha de S.Paulo, inclusive – que “as normas para uso dos aviões da FAB não incluem os ministros do STF”.
“O decreto que regula as viagens permite o uso das aeronaves pelos presidentes do Senado, da Câmara e do Supremo, além de ministros do governo e comandantes militares. A lista não inclui explicitamente ministros do STF, mas afirma que o Ministério da Defesa pode liberar os voos de outras autoridades nacionais e estrangeiras” (Folha de S.Paulo, 09/04/2025).
Excetua-se o presidente da República, que tem aeronaves à disposição, de acordo com a lei.
Como se vê, as normas não incluem ministros do STF, apenas seu presidente.
E daí?
Daí que são os donos do Brasil que mandam. E não se fala mais nisto.
E nós, que fazemos parte da plebe social, apenas assistimos estupefatos a esse acinte aos brasilerios: ministros do STF usaram jatinhos da FAB 154 vezes somente entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2025.
O segundo lugar no uso de aeronaves ficou com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE): 10 voos. A diferença é abismal.
araujo-costa@uol.com.br