Ernani de Amaral Menezes e os fragmentos do tempo

“O mundo mudou e mudei eu também. Mudei porque vivi, porque viver é mudar.” (Tristão de Athayde, 1893-1983)

O chorrochoense Ernani de Amaral Menezes manteve respeitável vínculo com o mundo de sua geração.

Ernani de Amaral Menezes/Arquivo Erbene Menezes

Ernani simbolizava a decência, a cordialidade e, sobretudo, o exemplo de caráter irrepreensível herdado da mãe Maria Argentina de Menezes e do pai Eloy Pacheco de Menezes.

Eloy Pacheco de Menezes, filiado histórico ao antigo Partido Social Democrático (PSD), foi o primeiro gestor nomeado para cuidar dos interesses de Chorrochó no período do interregno entre a emancipação e a posse do primeiro prefeito eleito.

Coube-lhe instalar os serviços municipais e organizá-los para sustentarem a estrutura do novo município que despontava no mapa do sertão da Bahia .

Ernani se casou com a professora Maria Abigail de Menezes – também do mesmo esteio familiar e tradicional de Chorrochó – e tiveram os filhos Fred Hermano de Amaral Menezes e Erbene Maria de Menezes, que trouxeram moldura encantadora à existência do casal.

Penitencio-me se, eventualmente, grafei os nomes com incorreções. A memória tropeça no tempo e pode permitir gafes e distorções e, até, com frequência, cometer deslizes históricos involuntários.

O casal Maria Argentina e Eloy teve os filhos Ernani de Amaral Menezes, Maria Menezes (Pina), José Eudes de Menezes (Iê) e Antonio Euvaldo Pacheco de Menezes.

Ernani e os irmãos foram educados nos moldes das famílias tracionais do lugar e bem preparados para o exercício da profissão e o convívio social.

Ernani alternava seus muitos e variados compromissos na cidade com os afazeres das Fazendas Santa Terezinha, Mulungu e Queimadas, esta última pertencia ao seu núcleo familiar e que ele cuidava com zelo e dedicação.  

A maneira mais alta de realização pessoal daquela geração da qual Ernani fazia parte era a formação moral advinda da ascendência, os estudos e a dedicação à vida profissional .

Quem optava pela boemia, própria da juventude, o fazia nos limites permitidos pelo pequeno núcleo urbano que era Chorrochó à época e sempre estribado no respeito a todos.

Ernani nasceu em 29/04/1942 e faleceu em 13/04/1999.

Esta crônica estilhaçada pelas lembranças nasceu do cutucar da saudade de Ernani e de sua família. Minhas escusas pela pobreza do texto e do retrato dos fragmentos daquele tempo.

araujo-costa@uol.com.br

Em tempo:

Relativamente a algumas informações que eu não lembrava, Erbene Menezes prontamente me socorreu.

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