Empurrado pelo tempo em direção à senectude, pespega-me a impressão de que a luta pelo resistir da cultura e da literatura do sertão sanfranciscano baiano e, por extensão, de Curaçá, deve ficar com os mais jovens, mormente sonhadores e utópicos de todas as matizes: política, filosófica, ideológica, et cetera.

Entrementes, a sede de absoluto dos jovens não deve lançá-los no despenhadeiro dos extremismos, como o mundo de hoje se nos apresenta frequentemente, o que vem dificultando as formas de flexibilizar as fronteiras do pensamento.
Em idade septuagenária, já não tenho onde buscar novidades no meu restrito universo do conhecimento para levá-las aos leitores, quase sempre ávidos por coisas novas e adequadas a essa conturbada quadra do tempo.

O máximo que faço – ou tento fazer – é rememorar fatos, pessoas, ocasiões, cutucar insistentemente a memória.
Embora não me considere memorialista imaginoso, tendo a aproximar-me desse universo e esta é a razão precípua de meus escritos pobres, mas verdadeiros.
A persistência em seguir adiante falando de histórias e, sobretudo, da História, já se me afigura repetitiva. Por isto, quase sempre enveredo por coisas do cotidiano que, aliás, é a razão de ser do cronista. E, modéstia à parte, sou um deles, inobstante perdido nas intempéries da vida.
Os mais jovens têm uma maneira mais eficiente de aquilatar o conhecimento, quer através de pesquisas, quer mediante o próprio interesse em si que os impulsiona em direção ao nebuloso desconhecido.

Sou um escrevinhador insatisfeito com o andar do mundo, às vezes trôpego em razão do meu caminhar, que vem de longe. Contento-me com a experiência adquirida na esteira do equilíbrio do meu andar.
Faço esses prolegômenos para dizer que ando muito contente com a geração de Curaçá que está enriquecendo a cultura local, a exemplo de professores que estão levantando uma nova forma de pensar e de jovens que vêm se destacando nas artes e no interesse em manter as tradições locais.

Entretanto, cinjo-me a quatro destacados profissionais que os admiro em Curaçá, mormente pela atuação na área do jornalismo e incursão na cultura do município: Maurízio Bim, Luciano Lugori, Alinne Suanne Torres e Elias Fonseca.
Hodiernamente, Curaçá deve muito a eles no que concerne a efervescência da História do lugar.
Este pessoal vai longe e está atapetando o caminho para muitos. Torço para que os exemplos perdurem.
Estes profissionais – Maurízio, Lugori, Alinne e Elias – estão construindo um novo tempo cultural para Curaçá.
Em tempo:
Registro meu reconhecimento e gratidão a Elias Fonseca Martins. Prezo muito este rapaz. Acolheu, por algum tempo, sem me conhecer, minhas pobres crônicas no site que comandava em Curaçá.
araújo-costa@uol.com.br
Obrigada meu amigo Walter Araújo! Saudações! 👏👏👏
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