
Com o pretexto de participar de um congresso na paradisíaca Trancoso, sul da Bahia, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) requisitou um jatinho da Força Aérea Brasileira (FAB) e, com a namorada, foi curtir as belezas e encantos de nossa querida Bahia.
Viva a Bahia! Sempre a Bahia!
É razoável explicar que o presidente do STF tem direito de requisitar aviões da FAB, desde que para utilizá-lo em viagens oficiais, o que evidentemente não é o caso.
Primeiro ponto a ponderar:
Tratava-se de um congresso financiado por empresas que, segundo a imprensa disse exaustivamente, têm processos tramitando no mesmo STF que o ministro Barroso preside, dentre as quais o Banco Itaú, Ambev, Tim, etc, além de grandes escritórios de advocacia.
Logo, não era evento oficial.
Segundo ponto a ponderar:
O congresso realizou-se entre os dias 7 e 9 de abril no Club Med Trancoso, mas Sua Excelência, que não é de ferro, antecipou a viagem para dia 4, uma sexta-feira, em avião da FAB à custa de todos nós, contribuintes de caros impostos.
Do aeroporto de Porto Seguro, na sexta-feira, Sua Excelência o ministro Barroso foi direto para um hotel cinco estrelas em frente à praia de Trancoso, com diárias a partir de R$ 3 mil.
Consta, ainda, que dia 7 o avião da FAB “decolou de um aeroporto particular localizado em um condomínio de luxo de Trancoso”, levando Barroso e sua namorada ao Rio de Janeiro, segundo o Portal Metrópole.
Que beleza! Quanta beleza!
A propósito, vale lembrar um voo em 07/01/2024, durante o recesso do Poder Judiciário, sem registro na agenda oficial, que o ministro Barroso fez Miami/Boa Vista/Brasília, utilizando avião da FAB a um custo de R$ 114 mil (Revista Oeste, 07/02/2025).
Como se vê, o uso adoidado do dinheiro público está indo às nuvens.
A ética recomenda que magistrados não devem participar de eventos pagos por quem tem ações tramitando nos órgãos judiciários dos quais tais magistrados pertencem.
Mas o que é a ética quando se trata de um dos donos do Brasil?
Fonte:
Coluna de Igor Gadelha, Portal Metrópole, 16/04/2025.
araujo-costa@uol.com.br
Como exigir ética, num país onde esta pérola andar a ser ebolada por besouros nos caminhos da roça?
Triste, muito triste mesmo, utilizar o Estado em proveito pessoal, obviamente que à custa do nosso suor.
Mas, como dizem – eu não gostaria de acreditar – o nosso combalido Brasil tem governança partilhada, quem sabe até com um “rei” tal qual o da Inglaterra que em nada manda, a não em benesses para o seu entorno familiar, o que esperar senão utilizar as burras da azienda pública em proveito de poucos ou dos seus “superiores”, por exemplo.
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