O Diretor da Polícia Federal foi chefe da segurança pessoal de Lula da Silva, seu amigo e homem de estreita confiança do presidente, o que se afigura louvável e não há nenhuma crítica sobre isto.
Neste mundo conturbado é bom ter amigos. Eles nos ajudam a clarear o caminho, desanuviar as dúvidas, serenar os passos, tranquilizar os momentos de angústia.
A Polícia Federal não pode repassar nenhum tipo de informação referente a investigações em andamento, nem mesmo ao presidente da República e ao ministro da Justiça, que é chefe da PF, porque isto é vedado pela lei processual penal e Lei 12.850/2013 que cuida do combate às organizações criminosas.
Entretanto, logo após a imprensa noticiar que Frei Chico, irmão de Lula, é dirigente de uma das associações que furtaram cruelmente aposentados e pensionistas, o Diretor da PF se apressou a dizer, em entrevista, que o irmão do presidente não está sendo investigado.
A imprensa não disse que Frei Chico está sendo investigado, mas que é dirigente de uma das instituições investigadas. São coisas diferentes. Portanto, o esclarecimento do Diretor da PF foi inoportuno, apressado e desnecessário. Como se vê, parece descambar para o viés político.
O douto, conspícuo, ínclito e respeitado Ricardo Lewandowiski, ministro da Justiça de Lula da Silva, é pai do advogado Enrique de Abreu Lewandowiski que, já no decorrer das investigações da fraude no INSS, foi contratado pelo Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), uma das associações investigadas, ao custo de R$ 50 mil por mês, a título de honorários advocatícios.
O contrato prevê atuação do advogado “junto ao próprio INSS e a outros órgãos do governo.” (O Globo, 29/04/2025)
Ricardo Lewandowiski é ministro da Justiça e chefe da Polícia Federal que está investigando a instituição que contratou o advogado. Logo, afigura-se imoral e coincidência demais o filho do ministro prestar serviços jurídicos para a investigada. Entretanto, a rigor, não há impedimento legal.
Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, que cuida do INSS e, portanto, demonstrou ser negligente e incompetente, continua impoluto no cargo de ministro porque, segundo o comentarista Gerson Camarotti, da LulaNews, melhor, GloboNews, Lula resiste em demiti-lo porque Lupi é dirigente do PDT, partido que faz parte da base do governo petista.
Em quadro assim, não precisa ser inteligente para captar que, se a razão for esta, Lula não está preocupado com os aposentados e pensionistas furtados, mas com a sustentação do seu gangrenado governo.
Contudo, a expectativa é a de que mais cedo ou tarde, Carlos Lupi deixará o governo. Difícil pensar de modo diverso.
Um agente da Polícia Federal, instituição que cabe investigar as associações e sindicatos envolvidos no escândalo do INSS, foi pego pela própria PF com 200 mil dólares, o que equivale a R$ 1,1 milhão.
Coincidência: câmeras flagraram tal agente em conversa e andanças com o presidente do INSS envolvido na falcatrua e exonerado do cargo a mando de Lula da Silva.
“O agente da PF facilitou trânsito de suspeitos do INSS. Ele aparece em imagens com pessoas suspeitas de envolvimento no esquema.” (UOL, 02/05/2025).
Muita promiscuidade e coincidências no reino de Lula da Silva.