“A morte é uma sombra que não cobre o sol da vida.” (José Sarney, ex-presidente da República e membro da Academia Brasileira de Letras.

José Januário da Silva exerceu a atividade política durante muitos anos no município de Chorrochó.
Sua trincheira de trabalho e luta política era a Fazenda Estreito, nos limites do município de Curaçá, à margem do Riacho da Várzea, lá para as bandas de Patamuté.
Homem de poucos amigos, mas de amizades sólidas, mantinha estilo sério, respeitador e alinhava-se às estruturas de educação e modo de vida do sertão.
Em Chorrochó, seu amigo de sempre foi o líder Dorotheu Pacheco de Menezes, de quem era aliado politicamente. Outro amigo era Agatão Pires Belfort, parente distante e por quem tinha admirável consideração.
Em Curaçá, tinha predileção por Durval Santos Torres (Durval Gato), amizade que vinha dos tempos em que Chorrochó pertencia àquele município.
Em Patamuté, centenário distrito de Curaçá, seu amigo mais presente era o cunhado, comerciante e também político Antonio Ferreira Dantas Paixão com quem discutia política e amenidades.
A caatinga foi o cenário, o horizonte e, sobretudo, a base de apoio de José Januário. Nascido no limiar do século XX, nunca se afastou do lugar e lá construiu seu caráter e sua história de vida.
Culto, autodidata, ético, inteligente, escrevia bem, texto escorreito e portador de conhecimento amplo sobre a vida e as coisas da vida.
Desdobrando o emaranhado do tempo, lembro José Januário como referência de honestidade e honradez, incapaz de produzir qualquer mau exemplo que se estendesse à juventude de então.
Já morando em São Paulo, dele recebi algumas cartas, filosóficas e orientadoras cartas, quando ainda se escreviam cartas e o correio era uma expectativa para quem estava distante de sua terra.
José Januário exerceu a vereança em Chorrochó, mas os registros de sua passagem pela Câmara Municipal são tenros, escassos, opacos, praticamente inexistentes, como, de resto, são os registros de todos que passaram pela Edilidade .
Os governantes de Chorrochó sempre foram negligentes com a História do lugar, de modo que resta a esperança de que as novas gerações que se vinculam à cultura local se interessem por restabelecer o passado que o município construiu dignamente.
Foram contemporâneos de José Januário na atividade política, dentre outros, além de Dorotheu Pacheco de Menezes e José Calazans Bezerra (Josiel): Antonio Pires de Menezes (Dodô), Pascoal Almeida Lima, Oscar Araújo Costa, Lucas Alventino, José Claudionor de Menezes (Nonô), Vivaldo Cardoso de Menezes, Ariçon Gomes de Souza, Aurélio Alves de Barros, Sebastião Pereira da Silva (Baião) e Boaventura Manoel dos Santos.
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