“Uma grande tarefa não se realiza com homens pequenos.” (John Stuart Mill, filósofo britânico, 1806-1873)

Um dos fracassos que arranha a memória dos pequenos municípios é o desinteresse no que tange à preservação do patrimônio cultural de suas populações.
Há exceções, por óbvio.
O município sanfranciscano de Curaçá, ao contrário, parece nunca ter-se distanciado de seus valores ínsitos na cultura local e isto vem acontecendo há décadas através do empenho de muitos de seus filhos.
Em Curaçá, exemplificativamente, há o museu D. Telú, o lendário Teatro Raul Coelho, símbolo de nossa arte, além de permanentes e efervescentes movimentos culturais que remontam a décadas.
Há robusta legislação municipal que versa sobre os cuidados com o patrimônio artístico, cultural e histórico e isto afigura-se de grande valia para se formarem alicerces que sustentem esse esforço permanente através das gerações futuras.
Por oportuno, deixo uma referência ao político Rogério Bahia, honra e glória de Curaçá, que vem se destacando na defesa do município e não somente de seu patrimônio histórico. De estirpe tradicional, o vereador Rogério Bahia tem contribuído consideravelmente para a preservação da história do município.
Entretanto, en passant, lembro uma turma abnegada e, sobretudo dedicada, que integra a instituição Acervo Curaçaense: Luciano Lugori, Elieusina Rodrigues de Almeida, Sivaldo Manoel da Silva, Elias Fonseca Martins, Deize Eustália Nunes de Carvalho, Ronie Von Barros da Cunha Júnior e Jacqueline Lopes de Araújo.
Há de considerar neste particular, minhas limitações ao falar dessa turma que coloco no altar de minha admiração de que é exemplo Luciano Lugori de quem tenho escrito algumas coisas esparsas, embora distantes do seu monumental preparo intelectual.
É uma forma, quiçá uma pretensão descabida, de reverenciar pessoas que nobremente defendem o município de Curaçá, quaisquer que sejam a formação e campo de atuação de cada uma delas.
Ocupo-me, hoje, do professor Ronie Von Barros da Cunha Júnior, para tecer sobre ele algumas tenras observações e o mesmo farei, oportunamente, com os demais do Acervo Curaçaense.
Com raízes fincadas na Fazenda Saco do Umbuzeiro, o professor Ronie Von concluiu o Ensino Fundamental na Escola Municipal Otaviano Matos no distrito de Patamuté.
Cursou os primeiros anos de Educação Básica na Escola Municipal Benigno Mendes da Silva na Fazenda Sítio do Alexandre nas cercanias de Patamuté.
É professor de História do Colégio Municipal Professor Ivo Braga. Lá exerceu a função de coordenador da Área de Ciências Humanas.
Fez Licenciatura em História, ingressou na área de Licenciatura em Pedagogia, especialização em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica, além de História e Cultura Indígena e Afro-Brasileira.
Colabora com um grupo de desportistas de Patamuté visando a fortalecer práticas esportivas locais.
Na sede, vem contribuindo ativamente com a implementação de políticas públicas culturais e preservação do patrimônio cultural, material e imaterial do município. Atua na reconstrução do Conselho Municipal de Políticas Culturais com destaque no segmento Patrimônio e Memória e participa do Conselho Municipal de Patrimônio.
É conselheiro do Acervo Curaçaense. Contribuiu para aprovação de projetos culturais através da Política Nacional Aldir Blanc, dentre esses o curta-metragem Vozes Atikum, o documentário Memórias em VHS, Além do Óbvio, Quadrilheira e Sons de Feira.
Em contato com o professor Ronie Von ele disse que o Acervo Curaçaense proporciona-lhe “uma conexão mais profunda com a cultura local, permitindo identificar e enfrentar obstáculos para a preservação cultural”, de tal modo que isto tem fortalecido sua “determnação em preservar e divulgar a cultura curaçaense”.
Questionado sobre seus objetivos, o professor Ronie Von sinalizou que pretende aprofundar a formação acadêmica, “cursar um mestrado, especializar-se em outras áreas do conhecimento e estabilizar-se profissionalmente”.
Em quadro assim, convenhamos, o jovem professor curaçaense parece disposto a seguir adiante com seus sonhos, valiosos sonhos. Tarefa ingente, mas própria dos sonhadores.
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