Embora não seja nenhuma novidade quando o assunto envolve petistas e seus apoiadores, está explicado porque o PT e a base aliada de Lula no Congresso Nacional resistiu até o último momento, no sentido de evitar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o assalto aos aposentados e pensionista do INSS.
A imprensa publicou a lista parcial dos parlamentares que supostamente estão envolvidos ou contribuíram para o escândalo, tendo em vista a profusão de emendas parlamentares que eles apresentaram tendentes a dificultar a fiscalização nos descontos dos aposentados.
Bahia:
Jaques Wagner (PT); Otto Alencar Filho (PSD); Daniel Almeida (PCdoB); João Carlos Bacelar (PL); Valmir Assunção (PT) e Zé Neto (PT).
Demais Estados:
Jean Paul Prates (PT-RN); Humberto Costa (PT-PE); Jandira Feghali (PSOL-RJ); Marcon (PT-RS); Patrus Ananias (PT-MG); Paulo Rocha (PT-PA); Rubens P.Júnior (PT-MA); Tereza Nelma (PSD-AL) e Celso Maldaner (MDB-RS).
Lula da Silva e aliados insistem em dizer que essa safadeza contra os aposentados e pensionais do INSS foi idealizada no governo passado.
Entretanto, a história não parece ser bem essa.
O governo e aliados resistiram até o último momento e se colocaram contrários à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que deve apurar o escândalo.
Se o escabroso assalto aos aposentados e pensionistas foi viabilizado no governo Bolsonaro, maior a razão do governo Lula para apurar o escândalo. Ou não?
Mas, voltando aos parlamentares.
Em 2019, o governo de então editou a Medida Provisória 871/2019, com vistas ao combate às fraudes e possíveis irregularidades na concessão de benefícios do INSS.
Suas Excelências – 9 parlamentares do PT – apresentaram emendas redigidas pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), entidade ligada ao PT e dirigida por um petista, no sentido de mudarem o texto que previa combate à fraude no INSS.
Essa entidade foi uma das que mais arrecadaram em prejuízo dos aposentados e pensionistas. Vai, por aí, a soma de R$ 3,6 bilhões, segundo noticiado.
O presidente da CONTAG, se ainda não mudou, é Aristides Veras dos Santos, petista histórico desde a fundação do partido em 1980 e irmão do deputado federal Carlos Veras (PT-PE), agricultor e sindicalista, atual primeiro secretário da Câmara dos Deputados (Gazeta do Povo, 07/05/2025).
Dentre as mudanças propostas pelos parlamentares lulopetistas, uma escancara o objetivo escuso: “passar de um para cinco anos o prazo de exigência de revalidação dos filiados aos sindicatos rurais e associações”.
À época, a “ideia inicial do governo era que essa revalidação periódica limpasse as fraudes para trás e coibisse também novos abusos” (Metrópoles, 17/06/2025).
Por aí se vê – e está mais do que explicado – a razão do histerismo dos radicais Lindbergh Farias (líder do PT na Câmara), Gleisi Hoffmann (ministra das Relações Institucionais) e Randolfe Rodrigues (líder do governo no Congresso Nacional), dentre outros, todos contra a apuração do escândalo através da CPMI.
O experiente senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado Federal, foi mais comedido ao justificar o imbróglio, subiu e desceu do muro da maracutaia e acabou nada dizendo que pudesse justificar sua posição contrária àquela citada Medida Provisória de 2019.
Em quadro assim, aflora hipocrisia demais nesses parlamentares lulopetistas e sobra cara de pau a todos eles.
A investigação e eventual punição dos culpados devem atingir a todos que se meteram nessa enroscada cruel que prejudicou aposentados e pensionistas, sejam eles do PT e aliados, sejam bolsonaristas.
araujo-coosta@uol.com.br