Em 1966, quando Michel Polnareff gravou Love me, please love me, eu tinha 14 anos, em franca adolescência.
Já sabia amar ou pensava que sabia amar.
Curtir era a qualidade de todos nós, jovens da época.
Tempo de sonhos, de sair em busca da alvorada.
E se a curtição não fosse boa – ou não desse certo – o máximo que colhíamos era a ressaca do dia seguinte ou a “fossa”, que hoje chamamos de depressão. Ficávamos moribundos, “pra baixo”.
Olho pra trás, ainda vejo muito amor espalhado, amor nem sempre amado, esvoaçado nas cinzas do tempo.
Hoje, só escombros. Muitos escombros. Terríveis escombros.
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