O curaçaense Roberval Dias Torres, ilustre filho de D. Elzita e Durval Santos Torres, escreveu no livro Insustentavelmente Trans que a professora, também curaçaense, Excelda do Nascimento Santos o fez sabido, sabedoria que é pública e sobejamente notória.
Aliás, filhos de D. Elzita e Durval Torres já nasceram sabidos. Só precisaram de um pouco de esmerilhamento da vida para seguirem adiante rumo ao êxito que todos alcançaram.
Cronista atabalhoado, aqui não cuido de Roberval, tampouco da ínclita professora Excelda, que enriqueceu a história da cultura de Curaçá e que os incluo nesta crônica en passant, quiçá para ofuscar a ignorância deste cronista.
Trato de outra curiosidade.
Leitora que, casualmente, leu artigo deste blog intitulado Brasil, tempo de atrocidades, pespega-me, por tabela, a pecha de ignorante, ao dizer que “quem escreveu estas poucas palavras não conhece realmente a história”.
Pelo sobrenome – Varjão – presumo que a leitora seja de ilustre, distinta e honrada família do município de Curaçá que admiro deste meus tempos de Patamuté.
Mais adiante veio o escracho: “Com essa narrativa, todo mundo se acha no direito de ofender” e teceu mais alguns comentários um tanto desairosos que os absorvi “de boa”, porque é seu direito dizê-los.
Não vislumbrei onde a casual leitora encontrou essa abominável tendência minha a ofender quem quer que seja, o que não é de meu feitio. Nunca foi e sempre fui muito cauteloso com isto.
Confesso que debruço-me, há décadas, sobre o assunto que pensei saber alguma coisa e a leitora diz que não conheço. Sem descambar para o pedantismo, acho que li muita coisa sobre o assunto: a ditadura militar de 1964-1985.
Mais do que isto. Vi de perto, ninguém me contou. Enfrentei a polícia política da ditadura, algumas vezes, em São Paulo. E aí vai um pouco de experiência, modéstia à parte.
A leitora, certamente jovem, embora muito culta, deve estar cingindo-se aos discursos dos ativistas de agora, quando há uma profusão de “sábios” e poucos estudiosos.
Presumo que a ilustríssima leitora deve ser expert no assunto e abalizada a ponto de medir meu conhecimento tão-somente lendo essas “poucas palavras” que escrevi no artigo e às quais ela se refere com tanto asco.
A leitora usa uma palavra da moda, “narrativa”, certamente colhida nos discursos políticos de pessoas que ela admira.
Por fim, a leitora demonstra ter esperança na “limpeza nos poderes políticos brasileiros”, mas acha difícil, tendo em vista “a mentalidade e ignorância de tantos”.
Certamente ela me inclui nesses “tantos” ignorantes.
Desde muito jovem – hoje caminho para os 74 anos – entendo que democracia é também saber conviver com os contrários e respeitar os antagonismos.
Não sou sabido e, neste particular, a leitora tem razão.
Mas não custaria nada ser mais elegante com este desimportante cronista.
araujo-costa@uol.com.br