A família noticiou o falecimento de Delanidia Matos.
Delanidia Matos (D.Didi) nasceu em Patamuté e se mudou para São Paulo ainda muito jovem. Constituiu família nobre na terra bandeirante e por lá passou a viver.

D. Didi chegou aos 97 anos, completados em fevereiro.
Em Patamuté, a família de D. Didi fazia parte do que os antigos costumavam chamar “boa família”, ou seja, gente decente, ordeira, de caráter irrepreensível: a família Matos.
Os Matos de D. Didi são da mesma estirpe do coronel Galdino Ferreira Matos (1840-1930), primeiro chefe político de Patamuté.
Por aí se vê, que D. Didi veio de família tradicional e, como tal, era um esteio que ajudou a sustentar a história de Patamuté.

Filho de D. Didi, Nelson Matos Cano, paulistano nascido no bairro do Ipiranga, em São Paulo, se interessa muito pela história de Patamuté. E história, aqui, quer significar também cultura, tradição, costume do lugar e outras coisas mais.
Ao noticiar a partida de D. Didi, Nelson não esqueceu suas raízes e escreveu: “O sino da Igreja Santo Antônio em Patamuté, lugar mágico encrustado no sertão da Bahia, onde ela nasceu, vai bater em sua homenagem.”
De fato. É uma tradição centenária na Igreja de Santo Antonio. Desta vez, também, certamente o sino anunciou a partida dolorosa de D.Didi, que deixou robustas raízes fincadas em Patamuté.
A tradição vem de muito longe, dos antepassados. Em Patamuté, quando uma pessoa falecia, seguia-se um ritual lúgubre, triste, desalentador, marcante: a conversa do sino da igreja, uma espécie de diálogo que ele mantinha com os vivos.
O sino tristemente badalava, indicando o falecimento de alguém do distrito, sítios, fazendas, circunvizinhança ou que, sendo filho de Patamuté, morava distante, noutras paragens, caso de D. Didi.
O sino da igreja de Santo Antonio continua anunciando a morte a todos. Uma tradição que vem se arrastando e atesta que, também na morte e na tristeza, Patamuté não esquece de seus filhos.
Que Jesus Cristo indique o caminho a D. Didi e Deus a ampare.
Pêsames a todos da família.
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