É possível que eventuais textos deste insignificante escrevinhador sirva para dar leve cutucão – e talvez dê – nalgum diligente alcaide de nosso e querido sertão da Bahia.

Não se trata de pretensão inconveniente e desnecessária. Cinjo-me a um bom propósito de desejar êxito a cada um de nossos insignes prefeitos.
Um leitor deste blog me advertiu sobre eventual discordância de algum político, no que tange ao que ele chama de referência que costumo fazer a assuntos dos municípios de Curaçá e Chorrochó.
Não é bem assim. Ou talvez, seja bem assim.
O fato é que, quem se expõe à chuva, certamente sabe que vai se molhar ou corre o risco de se molhar.
Assim, o político.
Imaginar que submeter-se à vontade soberana do povo e disputar votos nas urnas não lhe renderá críticas depois de eleito é ingenuidade. E político, por natureza, não é ingênuo.
Por isto, o administrador público tem que se adequar às críticas, sejam elas de adversários ou de aliados, embora certos aliados tenham tendência em se transformarem em súditos, incapazes de discernirem o lado ideológico que professam do dever ínsito ao gestor público.
Contudo, hoje minha crítica é boa, razoavelmente aceitável. Como, aliás, tem sido a toada deste blog, embora ninguém esteja pedindo minha opinião e, por conseguinte, ela é dispensável.
Beirando oito meses à frente da Prefeitura de Chorrochó, o prefeito Dilan Oliveira vem demonstrando uma linha de gestão que, se seguir assim adiante, certamente atingirá posição de destaque na constelação dos prefeitos da região. O prefeito Dilan é agradável surpresa no contexto político regional.
O que pouco conta – ou nada conta – é a cor partidária do prefeito. Conta a vontade política de trabalhar em benefício da população e saber auscultar as necessidades mais prementes de sua gente e isto parece que o prefeito de Chorrochó vem fazendo com afinco, tirocínio, dinamismo e eficiência.
Em Curaçá é um pouco diferente. Desponta muita vaidade nos apoiadores de Sua Excelência Murilo Bonfim. Falam-se mais em feitos e colaboração do governador do Estado e do presidente da República do que, propriamente, na atuação do prefeito que, parece, tratar-se de um bom sujeito, humilde, decente e preocupado com a população.

Os arraigados aliados do prefeito de Curaçá vão acabar ofuscando seu brilho, de tanto fazê-lo dependente de outras esferas de poder, atrelando-o a lideranças políticas mais distantes de Curaçá.
O que o prefeito de Curaçá consegue para o município é mérito dele, que tem estrutura política, estatura moral e atribuições legais para cavar os benefícios junto a instâncias próprias, parlamentares e governador.
Todavia, se o prefeito de Curaçá não se desgrudar das bajulações de aliados, ignorando-as eficazmente, sua gestão não terá construído imagem particular de gestor e, menos ainda, nada de novo relativamente às administrações passadas que seu grupo tanto criticou, nem sempre com razão.
Talvez seja melhor construir impecável perfil de administrador público do que precisar, com o tempo, retificar senões na história do município.
araujo-costa@uol.com.br