Breves traços de um filho de Patamuté  

Silobaldo Gomes dos Reis. Esta foto faz parte de seu primeiro livro

Silobaldo Gomes dos Reis, filho de Eduardo Gomes dos Reis e Tertuliana de Alcântara Reis, nasceu em Patamuté em 1930, embora descendente do lendário Petronilo de Alcântara Reis (Coronel Petro), político e fazendeiro nascido em Santo Antonio da Glória, que fez história na região de Várzea da Ema, hoje pertencente ao município de Chorrochó.

Na época do coronel Petro, Várzea da Ema fazia parte do território do município de Curaçá.

Silobaldo fazia parte das famílias Gomes e Reis. Mudou-se para São Paulo em 1944 com 14 anos de idade, depois de trabalhar na bodega de Lídio Manoel dos Santos que lhe entregou uma “Carta de Referência” para eventual necessidade na desconhecida terra paulista.

Lídio havia comprado a bodega do pai de Silobaldo e o manteve trabalhando lá.

“Eu estudava na parte da manhã e à tarde trabalhava com o comerciante Lídio Manoel dos Santos”, escreveu Silobaldo. E até citava o nome da professora Tarcília Félix Martins, de Poço de Fora, que ensinava em Patamuté.

Em São Paulo, trabalhou como datilógrafo na Seção de Estatística da Companhia Gessy Industrial, depois Gessy-Lever, conheceu as vicissitudes de um “ambiente difícil de ser assimilado”, mas depois cresceu profissionalmente e seguiu adiante.

Conhecido entre os amigos mais próximos como “Silô”, Silobaldo viveu as últimas décadas no Jardim São Paulo, elegante bairro da capital paulista, mas sua paixão era a Vila Nova Mazzei, local que se instalou quando chegou da Bahia, segundo ele “fugindo da seca de Patamuté”.

Eduardo e Tertuliana, além de Silobaldo, tiveram os filhos Osmar Gomes dos Reis, Lourival Gomes dos Reis, Maria José Gomes dos Reis e Antonia Gomes dos Reis Palmejani.

Em São Paulo, Silobaldo trabalhou e constituiu família bem estruturada. Escreveu dois livros: “Eu (baiano) venci em S.Paulo”, lançado em 1988 e “Peripécias e Alegrias de um Turista Baiano” lançado anos mais tarde.

Sobre o primeiro livro, Silobaldo me disse em 26/06/1991: “É uma mensagem de otimismo para nossos conterrâneos que às vezes recuam no primeiro tropeço de vida e desanimam”.

Silobaldo era casado com Maria Nazareth dos Reis com quem teve as filhas Carmen Gomes dos Reis e Marta dos Reis Marioni. Tinha netos, a exemplo de Raphael dos Reis Marioni e Thaenan dos Reis Marioni.

Em 1988 chegou a participar da Bienal do Livro de São Paulo.

Espirituoso, ria-se de sua história de luta e se servia dela para apontar lições de otimismo diante do enfrentamento das dificuldades.

araujo-costa@uol.com.br

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