
Grande empreendedor, competente e zeloso com as coisas da Igreja, padre Mariano conciliou, com eficiência, enquanto à frente da Paróquia Senhor do Bonfim, seu mister de sacerdote, compatibilizando-o com um trabalho simultâneo, profícuo e incessante em benefício de Chorrochó.
Angariou condições para construções voltadas à Igreja e, mais ainda, empreendeu uma admirável obra social direcionada aos paroquianos. São exemplos, salvo engano: a capela Nossa Senhora da Conceição, a construção do Centro Paroquial de Chorrochó, a reforma e ampliação da Casa Paroquial e a instituição do Lar José e Maria.
Com a atuação do padre Mariano, a Paróquia deixou de ser um núcleo essencialmente urbano para se transformar num edificante exemplo de amparo às comunidades rurais de Chorrochó.
Conheci padre Mariano Pietro Brentan em circunstância casual. Já morando em São Paulo, em viagem a Chorrochó, fui-lhe apresentado na residência de Maria do Socorro Menezes Ribeiro e Virgílio Ribeiro de Andrade, exemplos de hospitalidade, amizade e cordialidade.
Conversamos muito. Uma conversa longa sobre a Igreja, suas tradições e, sobretudo, as dificuldades por que passava um vigário do interior. Em nenhum momento reclamou do exercício diuturno de seu mister religioso.
Conversa marcadamente auspiciosa, padre Mariano falou de ritos e de história e até me fez ver a importância do Hino Queremos Deus, um dos mais tradicionais da Igreja Católica. Falou do papel da Igreja no sentido de aplainar a insensatez e ingratidão dos homens que se “erguem em vão contra o Senhor”, em todo o tempo.
Impressionei-me com a decência, cultura e espírito de solidariedade demonstrada pelo padre Mariano, ilustre representante da Igreja Católica em Chorrochó, à época.
Educado, sonhador, inquieto, responsável ao extremo pelo ofício religioso que lhe foi confiado, padre Mariano se fez defensor intransigente da fé católica, que a exaltava admiravelmente.
O que sei – e sei pouco de sua vida – é que era italiano nascido em 06.06.1938, ordenado em 08 de dezembro de 1985 em Euclides da Cunha (BA) e, em razão dessas costumeiras decisões que a Igreja determina aos membros de seu clero, veio parar em Chorrochó abrigado pelos auspícios da diocese de Paulo Afonso alicerçada por seu primeiro bispo, D. Jackson Berenguer Prado.
Ele ficou em nosso meio, para alegria e benefício dos paroquianos de Chorrochó, por alguns anos. Sua presença era admirável, porquanto terna e essencialmente voltada para os assuntos da Igreja.
Dedicado, obediente às normas da Santa Sé universalmente aceitas, padre Mariano veio robustecer a história de Igreja de Chorrochó. Um fato louvável, espiritualmente valioso.
Os esteios da contribuição de padre Mariano para Chorrochó são valiosos e, por isto mesmo indestrutíveis.
O sentimento da partida não pode ofuscar sua glória e grandeza que experimentou entre nós.
Chorrochó se ajoelha para agradecer sua contribuição à fé de seu povo.
Que Jesus Cristo, redentor do mundo, lhe indique o caminho e Deus ampare esse seu filho que morreu na esperança da ressurreição.
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