
Um amigo de longa data, caatingueiro com eu, que costuma perder seu tempo de labuta diária para ler algumas de minhas baboseiras, em especial artigos e crônicas, questionou-me um tanto inquisitivo, quase irritado:
“Por que você escreve Riacho da Várzea e não Riacho da Vargem?”
Tem razão o atento e dileto amigo, crítico contumaz das circunstâncias. Ele sempre reclama da verdade ou inverdade de meus escritos.
Entretanto, como não sou historiador, nem geógrafo, confesso que uso a grafia Riacho da Várzea à maneira de como oralmente se dizia naquelas bandas de lá, onde nasci e cresci, o que talvez seja um resquício de meu conservadorismo que dele não abdico.

Nunca quis, até por incapacidade intelectual, mutilar a história e a cultura dos barrancos do Riacho da Várzea, de modo que, também por ignorância, tenho insistido nesse deslize. E, pelo jeito, vou continuar insistindo, porque isto está impregnado em minhas saudades, no meu sentir, em minhas lembranças.
Consultei nalguns mapas e registros, supostamente oficiais. Consta Riacho da Vargem e não Riacho da Várzea.
Em quadro assim, devo estar errado, creio que estou errado. Entretanto, tal distorção não tem o condão de ofuscar a beleza e a importância do supra dito riacho que conduz, temporariamente, água, esperança e alegria.
Todavia, o fato é que o Riacho da Várzea serpenteia entre a beleza das caraibeiras, cactos e a vegetação rústica do sertão e vai se jogar galantemente em sua foz, sem antes deixar de enriquecer a vida e a história do sertanejo do lugar, nossa bela e sofrida história.
Quanto ao nome, de uma ou de outra forma, faz parte do dizer do sertanejo da região.
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