Notícias mais recentes davam conta de que Antonio Wilson de Menezes, nobre filho de Chorrochó, estava internado num hospital de Juazeiro.

Quarta-feira, 15/10, Rosângela Menezes, que prezo muito, irmã de Wilson, deu-me a notícia, um tanto angustiante. Sou grato pela atenção e deferência.
Hospital é um deserto. Qualquer hospital é um deserto, embora apinhado de pessoas, profissionais e circunstantes.
Apropriadas as palavras do escritor Antonio Carlos Vilaça:“Mas o deserto é necessário, qualquer que seja o caminho. Sem deserto não há vida humana que se mantenha de pé.”
Antonio Wilson de Menezes é um bom amigo de, pelo menos, 54 anos. Não é qualquer um que sustenta uma amizade tanto tempo, mormente nos dias conturbados de hoje. Wilson sustentou, sustenta.
Neste particular, considero-me, ademais, que sou amigo relapso e desatencioso.
Conhecemo-nos em janeiro de 1971, em Chorrochó, o que significa dizer que nossa idade já beira o despenhadeiro da fragilidade e do desmoronamento das condições do viver.
Bom caráter, gozador, espirituoso e mais do que isto, amigo de verdade. Este sujeito Wilson tem história!
Wilson é um dos meus primeiros amigos de Chorrochó e, mais tarde, sofremos juntos em Santo André (SP). Esperto e inteligente, retornou para a Bahia e cresceu. Passou a viver, “na boa”, lá para as bandas do simpático município de Campo Alegre de Lourdes, salvo engano.
Eu continuo por aqui em São Paulo, atabalhoado com as dificuldades, lutando, tropeçando, sofrendo, curtindo minha insônia, companheira de décadas, que me faz remoer as saudades e os poucos amigos que me restam.
Este caminhar faz lembrar a música de Noite Ilustrada: “Ali onde eu chorei, qualquer um chorava. Dar a volta por cima que eu dei, quero ver quem dava.”
Wilson deu a volta por cima, voltou para a Bahia e seguiu além, muito além daquilo que sonhávamos em São Paulo.
Eu não consegui dar a volta por cima. Ainda estou tentando.
Prezo a família de Maria Menezes (Pina) e Francisco Arnóbio de Menezes – mãe e pai de Wilson – família referência e honra de Chorrochó.
Adriana Menezes, outra pessoa querida de Chorrochó, também está passando por problemas de saúde num hospital de Petrolina, mas se recuperando bem, segundo informações da família.

Vida decente e politicamente preocupada com a situação do município de Chorrochó, Adriana se robustece na estrutura familiar de Marina Maria de Araújo Menezes (Marinalva) e José Eudes de Menezes (Iê) e vem recebendo o carinho de parentes e amigos e a torcida de todos nós pelo seu pronto restabelecimento.
As raízes de Adriana Menezes sustentam-se em esteios valorosos: Oscar Araújo Costa e Eloy Pacheco de Menezes.
Deixo abraço para Adriana e todos do seu afetivo redor, Marinalva, Taciana, Eloy Neto e a todos parentes e amigos.
Deixo abraço para Wilson e todos de sua distinta família.
araujo-costa@uol.com.br