Recebo de Curaçá, através de gesto atencioso de minha sobrinha Gilmara, as fotos que ilustram este texto.
Datam, uma e outra, primeira metade da década de 1980 e janeiro de 1975.

Essas imagens retratam minhas origens: a casa de taipa na caatinga da Fazenda Estreito, Riacho da Várzea, distrito de Patamuté, município de Curaçá.
Veem-se meu irmão José Araújo Costa (Zé de Sátira), minha mãe Sátira Araújo Costa com um rádio e alguns generosos amigos nossos.
Dia de construção, de festa, de alegria.
Assim como os ricos fazem em suas monumentais construções, nós pobres, também fazemos puxadinhos em casas de taipa. Aí a prova, o registro, a lição de felicidade.
Na outra foto, apareço eu e um amigo ao lado (não lembro o nome), em Curaçá, tarde no Rio São Francisco. Sempre gostei da solitude e um pouco de solidão. Ambas me fazem refletir, aparar as arestas das incompreensões, entender melhor as pessoas, diminuir a arrogância.

A idade traz as lembranças – inevitáveis e saudosas – mas também dá a certeza da longa caminhada.
E o tempo dá a medida de minha pequenez.
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