Anistia é “ato do poder público que declara impuníveis delitos praticados até determinada data por motivos políticos ou penais, ao mesmo tempo que anula condenações e suspende diligências persecutórias” (Lexicógrafa Débora Ribeiro).
Em 1979, os exilados estavam voltando ao Brasil, em razão da anistia decretada pelo general João Batista de Oliveira Figueiredo, último presidente da ditadura militar de 1964-1985.
O conhecido anistiado Alfredo Sirkis, ícone da esquerda que infernizava os militares, desembarcou no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, numa manhã ensolarada, procedente do exílio.
Depois de examinar o passaporte de Sirkis, o policial federal ironizou:
– Agora que tu vai ficar complexado, né rapaz? Não damos mais bola pra ti”.
Se o Brasil quiser deixar complexados alguns membros da esquerda lulopetista é só afastar deles os holofotes e não dar bola às idiotices que propalam e enojam.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, que não pode passar perto do fogo, tamanho o rabo de palha que ostenta (Prefeitura fluminense de Nova Iguaçu e Odebrecht, por exemplo, segundo a imprensa), mas insiste em rodear a fogueira, é um desses radicais intragáveis. Sua cara de pau é assombrosa e ridícula.
Membros da esquerda virulenta, muitos deles hoje abrigados no Partido dos Trabalhadores (PT) e seus penduricalhos partidários, mataram, explodiram bombas, assaltaram, sequestraram embaixador (mais de um), roubaram bancos para financiar o terrorismo que praticavam na época, além de outras atrocidades.
Hoje os que ainda vivem, se dizem supra-sumos defensores da democracia.
Abaixo, alguns pouquíssimos exemplos para a geração de hoje refletir:
1. Em 25 de julho de 1966, houve um atentado a bomba no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. O alvo era o ministro da Guerra, hoje Exército, general Arthur da Costa e Silva, mais tarde presidente da República. O atentado matou duas pessoas e feriu outras quatorze.
Os autores da ação criminosa eram militantes da Ação Popular (AP), grupo extremista da esquerda, segundo historiadores.
2. Em 1969, a Ação de Libertação Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, grupos armados da esquerda, sequestraram no Rio de Janeiro o embaixador americano Charles Burke Elbrick. O resto da história e suas consequências são sobejamente conhecidos.
Faziam parte dessa ação extremista de esquerda Franklin Martins, que idealizou o sequestro e depois foi ministro de Lula da Silva e o jornalista mineiro Fernando Gabeira, hoje sensato e circunspecto senhor comentarista da GloboNews.
3. Rio de Janeiro, 18 de julho de 1969. Numa “operação que durou exatamente 28 minutos e enriqueceu em US$ 2,4 milhões a VAR-Palmares, organização comunista que tinha Dilma Rousseff entre seus mais ativos militantes, assaltou uma mansão e o chamado cofre de Ademar, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Dilma ajudou a planejar o assalto, maior no tempo da ditadura militar.” (Veja, 17/01/2011).
“O destino dos US$ 2,4 milhões permanece envolto em mistério. Uma das versões mais difundidas garante que vários militantes receberam US$ 800 cada um “para emergências” e cerca de US$ 1 milhão foi consumido na aquisição de armas e carros, no pagamento do aluguel dos aparelhos (casas de subúrbio) e na compra de áreas para adestramento de guerrilheiros”, segundo a Veja, edição citada.
Décadas mais tarde e anistiada, Dilma Rousseff foi presidente da República.
Carlos Minc, que foi ministro do Meio Ambiente de Lula da Silva, participou do assalto.
4. Os ex-presidentes do Partido dos Trabalhadores José Dirceu de Oliveira e Silva e José Genoíno – Genoíno participou da guerrilha do Araguaia – e tantos outros figurões do PT participaram desses extremismos da esquerda e hoje, muitos deles, ocupam cargos de destaque no governo de Lula da Silva e ocuparam nos governos petistas passados.
Todos foram anistiados. Anistiados, conforme a lei. E muitos deles, inclusive Lula da Silva e Dilma Rousseff, recebem a chamada bolsa ditadura, espécie de aposentadoria e/ou indenização paga pela União. Noutras palavras, valores pagos pelos brasileiros que recolhem, com extrema dificuldade, suados impostos.
Hoje essa mesma esquerda hipócrita e virulenta é gritantemente contra anistia e faz campanha para que não sejam anistiados os baderneiros que participaram, em Brasília, da chamada “tentativa de golpe de Estado” e do 8 de janeiro de 2023.
A esquerda matou e assaltou durante a ditadura militar de 1964, dentre outras atrocidades, ao passo que os participantes do 8 de janeiro não mataram, não assaltaram, não explodiram bombas.
Excetuados os hipócritas, havia homens sérios e decentes na esquerda do Brasil, a exemplo de Miguel Arraes de Alencar, Leonel de Moura Brizola, Almino Afonso, Franco Montoro, Ulisses Guimarães, Waldir Pires, Darci Ribeiro e tantos outros.
Mas o Brasil de hoje não tem os esquerdistas sérios que merece. Ao contrário, tem Lula da Silva e admiradores, hipócritas admiradores.
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