
Valendo-me de artigos, crônicas e outros recursos amparados pelo exercício do jornalismo, publiquei seguidamente, há algum tempo, uma série de observações com o título geral de Memórias dispersas de Chorrochó.
Todavia, vi-me desamparado em razão da ausência de registros históricos sobre figuras que fizeram parte da história do município e, por uma questão de prudência, entendi melhor abster-me de continuar com a publicação daquelas anotações que, inobstante, guardo em meus arquivos, embora precariamente.
A memória já esburacada pela passagem do tempo, também não me aconselha a aventurar-me sobre fatos históricos. Evito, assim, o cometimento de erros, omissões, distorções ou equívocos quanto a datas, nomes, origens e pessoas.
Cuidar do passado e tradições é uma tarefa ingente para cautelosos historiadores. Eu não sou e nem tenho pretensão para tanto. Melhor obedecer a minhas limitações. Elas são muitas e podem comprometer a higidez da história.
Entrementes, algumas pessoas de Chorrochó vêm se animando em cutucar a história. Isto é alvissareiro. Os exemplos mais recentes são os livros História de Chorrochó, de autoria da professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes e do Dr. Francisco Afonso de Menezes e Memorial Cordeiro de Menezes, também da lavra do Dr. Francisco Afonso de Menezes.
Em se tratando de dados históricos regionais, uma fonte respeitável e obrigatória é a clássica Fazenda Panela D’Água, de autoria do abalizado intelectual Marlindo Pires Leite, de Belém do São Francisco. Trabalho alentado, cuidadoso, detalhado, admirável.
Certamente há outras iniciativas, outras ideias, outras intenções. Mas limito-me a citar apenas essas, considerando minha ignorância relativamente às demais.
Não obstante o interregno, trago à lembrança Antonio Pires de Menezes (Dodô), elegante político de Várzea da Ema, que foi prefeito de Chorrochó no período de 31/01/1971 a 31/01/1973, eleito pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA).
Estávamos em tempo de bipartidarismo – ARENA e MDB – únicos partidos políticos legalmente permitidos à época pelos governos militares oriundos do movimento de 1964, partidos esses que representavam situação e oposição, respectivamente.
Antonio Pires de Menezes havia exercido o mandato de vereador em diversas legislaturas e representava Várzea da Ema, com reconhecido espírito público e grandeza de ânimo.
Salvo engano, tornou-se vereador pela primeira vez na condição de integrante da Câmara Municipal eleita na esteira da emancipação político-administrativa do município. Compôs a primeira legislatura.
Por conseguinte, Antonio Pires de Menezes fez parte da primeira composição da Câmara Municipal de Chorrochó, assim como Onofre José Possidônio, Emiliano Soares Fonseca, Maria Joselita de Menezes, Ercilina Soares de Almeida, Eliseu Bispo Damasceno, Walter Augusto Jones e José Campos de Menezes.
Aliado ao líder Dorotheu Pacheco de Menezes, que lhe garantiu a eleição de prefeito, o mandato de dois anos (1971-1973) não lhe permitiu realizar grandes feitos. É certo, todavia, que construiu o Açougue Público Municipal e uma barragem em Várzea da Ema.
Dodô, como era conhecido, se casou com D. Francisca Abreu com quem teve os filhos Rita de Cássia Abreu Pires e Walter Balduino de Abreu Pires. Este exerceu, no governo de Waldir Pires, salvo engano, o cargo de procurador do Centro de Desenvolvimento Comercial e Industrial, órgão vinculado à Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo da Bahia.
Antonio Pires de Menezes foi o quinto prefeito do município de Chorrochó. Sucedeu-o na administração do município Pascoal Almeida Lima, de Barra do Tarrachil. Entretanto, sua atuação política estendeu-se durante décadas. Em consequência e por óbvio, também ajudou a construir a história chorrochoense.
A história de Chorrochó está sendo recomposta pela iniciativa de pessoas dedicadas, a exemplo da professora Neusa Maria Rios Menezes de Menezes e o Dr. Francisco Afonso de Menezes, com o auxílio intelectual (depoimentos e informações) de outros membros da família Menezes, de Chorrochó.
Em tempo:
Esta matéria será editada em breve, para corrigir e acrescentar algumas informações, tendo em vista esclarecimentos históricos que me foram prestados pelos Doutores Walter Balduino de Abreu Pires (filho de Dodô) e Francisco Afonso de Menezes, abalizados conhecedores da história e da vida de Antonio Pires de Menezes.
araujo-costa@uol.com.br
Dodô era irmão de minha avó paterna, o meu bisavô era Antônio Monte Santo, mas nem todos os irmãos de minha avó se assinavam com Monte Santo,alguns pegaram Pires de Carvalho Menezes, que era de minha bisavo,da mãe deles.
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Que era da família Pacheco de Menezes e Pires de Carvalho de Belém de São Francisco.
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