“Abandonado pelos poderes públicos, que só cuidam das necessidades dos não necessitados, o povo curaçaense segue impávido, com fé de um beneditino e as esperanças dos que não esmorecem” (João Matos, historiador curaçaense, em conferência no centenário de Curaçá)
Curaçá, 1980. O prefeito Aristóteles de Oliveira Loureiro (Tote), de família tradicional da sede, reinava solenemente, como convém aos chefes políticos do interior. O vice-prefeito era o ilustre Dr. Hélio Coelho Oliveira, de Barro Vermelho.
Aristóteles Loureiro comandou o município de Curaçá em dois períodos: 1977-1983 e 1989-1992.
Nas duas oportunidades, Tote sucedeu o amigo e aliado político Theodomiro Mendes da Silva, filho de Patamuté, que também havia governado o município por dois períodos: 1973-1977 e 1983-1988.
Em 1980, a Câmara Municipal compunha-se de nomes respeitáveis: Ismael Cariri dos Santos, Dr. Pompílio Possídio Coelho, Manoel Pires de Menezes, João Brandão Leite, José Soares Félix, Artur Carlos do Nascimento, Onofre Hipólito de Araújo, Antonio Marques de Jesus, Themístocles Duarte Sobrinho, João Costa do Nascimento e José Luiz dos Santos Filho.
Na ocasião, o Poder Judiciário em Curaçá era representado pelo Dr. Benedito José Carvalhal de Souza, juiz de direito da comarca, que também foi titular da comarca de Chorrochó.
Os feitos realizados pelos prefeitos daquele tempo não eram lá coisas que se possa dizer de grande destaque, tendo em vista as peculiaridades locais e a escassez de recursos. Os prefeitos reinavam mais politicamente e menos administrativamente.
Todavia, já na primeira administração, Tote listava como feitos de sua iniciativa, dentre outros: implantação dos bairros São Benedito e São Francisco, na sede, assim como a construção do prédio do Colégio Municipal Professor Ivo Braga, em convênio com o Estado e construção do prédio Escolar José Amâncio Filho, em convênio com o Ministério da Educação.
No distrito de Patamuté, Tote incluía a construção do Posto de Saúde; em Barro Vermelho, a construção de uma praça; em Poço de Fora, recuperação do prédio escolar da fazenda Esfomeado; e, em Mundo Novo, a ampliação do tanque público.
Como uma coisa puxa outra, segundo os mais velhos, lembro que outro dia lideranças reivindicaram atenção do município quanto a algumas deficiências da escola do Saco da Canoa, na região de Riacho Seco. O prefeito parece que já resolveu ou está resolvendo.
Pois é. O prédio escolar do Saco da Canoa foi construído na primeira administração de Aristóteles Loureiro, o que faz pressupor que faltou atenção das administrações subsequentes, inclusive para mantê-lo em pé.
Como estou falando de memória e não de política, propriamente, cito uma curiosidade: na prestação de contas que Aristóteles Loureiro fez em 1980, constava a compra de dois mimeógrafos para a Prefeitura.
Geringonça muito útil, inclusive na vida de estudantes, Curaçá deve ter preservado alguns para registro da história.
Por aí se vê, que a geração mimeógrafo realmente existiu.
araujo-costa@uol.com.br
Pois é!
Na cidade de Curaçá, costuma-se dizer que quem a construiu tal qual é, com praças, incluindo a do Teatro, foi o prefeito Tote.
Quanto aos mimeógrafos, lembro que, em um passado não muito distante, eu até escrevi orientações para se usar esse equipamento.
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