O Sínodo sobre a Amazônia, que está acontecendo na Santa Sé neste mês de outubro, discute temas importantes e caros para a Igreja Católica Apostólica Romana.
Mais do que isto, discute assuntos fundamentais para os povos da região.
Participam pelo menos 250 bispos de todo o mundo.
O Sínodo está se ocupando de temas importantes, tais como as mudanças climáticas, índios, povos ribeirinhos, conflitos da terra e preservação das florestas, dentre outros.
O celibato também está em pauta. É defendido tenazmente pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, órgão da Santa Sé de assessoramento ao Papa, assim como por padres sinodais e outras autoridades da Igreja.
Contudo, há outra corrente dentro do Sínodo, que vê o celibato em declínio.
A ordenação dos viri probati, homens casados de virtude comprovada, está sendo vista como uma hipótese viável para a Amazônia, tendo em vista a dificuldade de vocações sacerdotais na região. Seria uma exceção às normas da Igreja incapaz de comprometer o celibato como um dos esteios da Igreja Católica.
O Sínodo diz, em documento, “que o celibato é uma dádiva para a Igreja, Pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”.
Entretanto, a discussão sobre o celibato não se esgota aí.
O Pontificado do Papa Francisco flexibilizou o entendimento de que a Igreja deve ser repensada. Ou, pelo menos, alguns pontos dela.
Ao longo dos séculos o Vaticano fechou os olhos para a realidade do clero e muitas de suas falhas.
É comum associar-se o celibato à pedofilia na Igreja Católica. Um erro que se sustentou exatamente pela omissão da Santa Sé em colocar o assunto à luz do tempo.
Celibato é um dom. Abraça-o quem quer.
Pedofilia é um desvio de conduta.
Ser celibatário não significa ser pedófilo.
A Igreja Católica Apostólica Romana parece que está se abrindo para essa discussão equivocada.
Sacerdócio é vocação. Não se confunde com nenhum desvio.
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