Curaçá: o adeus de Elita Soares Ferreira

Início de ano, tempo propício para lançar um olhar retrospectivo sobre o ano que passou, não obstante acontecimentos nem sempre fáceis de serem absorvidos, conjecturados, esquecidos.

Tempo de vislumbrar o que mudou e pensamos que não mudou e atentar para o que não mudou e pensamos que mudou.

Ao apagar das luzes de 2019, em meio aos festejos de São Benedito e Bom Jesus da Boa Morte, Curaçá perdeu D. Elita Soares Ferreira.

D. Elita deu saudoso adeus aos parentes, aos amigos, ao mundo e a todos nós que ainda ficamos e se foi para a eternidade. É um adeus difícil, dilacerante, incompreensível. Sempre é difícil um adeus para sempre.

Viúva de José Ferreira Só (Zé de Roque), líder político e ex-prefeito de Curaçá, D. Elita deixa família numerosa, civilizada, exemplar.

As despedidas sempre nos deixam fios de lembrança, cutucam a memória por vezes esburacada e recordam fatos que marcaram nossas reflexões.

Vi D. Elita pela primeira vez em sua casa, em 1974. Zé de Roque apoiava o deputado estadual Jayro Nunes Sento Sé e o deputado federal Teódulo Lins de Albuquerque, ambos da Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Jayro nascido em Juazeiro e Teódulo em Pilão Arcado.

Jayro Sento Sé fez uma visita ao líder Zé de Roque em Curaçá e os estudantes do Colégio Municipal Professor Ivo Braga aos quais me incluía foram pedir uma contribuição ao deputado, para o “Livro de Ouro”, com o intuito de sustentarem as solenidades de conclusão do curso ginasial. Zé de Roque viabilizou a visita.

Honra-me, até hoje, a amizade de juventude que mantive com dois filhos de D. Elita: Wilson José Soares Ferreira e David José Ferreira Só, meus colegas no Colégio Ivo Braga.

O tempo me permitiu conviver com D. Elita também na Prefeitura de Curaçá.

A humildade de D. Elita era impressionante. Olhar sincero, palavras sábias, sorriso que falava à alma. Quiçá tenha sido essa sabedoria exemplar e ímpar que atapetou o caminho que ela trilhou na construção de sua nobre família.

Se a memória não me falha – e sempre falha – o casamento de D. Elita e Zé de Roque lhes permitiu os filhos Hélio, Juscelita Rosa, Helita, Maria do Socorro, Roque, Lilian, Edna, Fábio, Davi, Marcos Aurélio e Wilson.

Este escrevinhador pede escusas à nobre família de D. Elita se os nomes citados estão grafados incorretamente e se a citação contém omissões ou erros. O passar das décadas corrói a memória, dificulta a plenitude das lembranças.

Entretanto, vale aqui, precipuamente, tão somente o registro no sentido de que D. Elita era esteio e exemplo de vida e cuidou, com desvelo, dessa família numerosa.

A ida de D. Elita deixa Curaçá mais vazio. A família curaçaense perde uma de suas valiosas estruturas.

E as dobras do tempo se encarregam de impedir o esquecimento de sua presença entre nós.

araujo-costa@uol.com.br

2 comentários em “Curaçá: o adeus de Elita Soares Ferreira”

  1. Gratidão, caro amigo, Walter, como é confortante ler sua mensagem, perceber os fios da amizade tecendo respeito e consideração. Suas palavras ecoam em nossas mentes e reviram a memória para reverenciarmos um tempo de lindas experiências e construção do que nos tornamos hoje.
    Obrigada, pelo conhecimento que tem da nossa família e por expressar apreço aos nossos queridos pais.
    Juscelita Rosa

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