Em Chorrochó é possível

“De circunlóquios nada sei.
O caso conto como o caso foi.
Na minha frase de constante lei,
O patife é patife; o boi é boi.”

(Cônego Batista Campos, in “O Paraense”, Século XIX)

Este assunto é um tanto recorrente. Já me falaram dele algumas vezes, mas confesso que não acreditei, tendo em vista o ineditismo da situação.

Noutra ocasião, até andei telefonando para algumas pessoas de Chorrochó com o intuito de certificar-me do caso. É meu dever checar as informações antes de publicá-las.

Todas as pessoas consultadas subiram no muro, algumas chegaram ao telhado. Umas não sabiam do caso, outras disseram que nunca tinham ouvido falar e outra foi mais específica, mas bastante prolixa: “faz tempo que andei em Várzea da Ema”.

Confesso que não entrei em contato com ninguém da oposição de Chorrochó ou simpatizante dela, porque a resposta seria óbvia: a confirmação do fato, mesmo que com alguns reparos.

Por tudo isto, concluí que o prefeito Humberto Gomes Ramos (PP) tem uma rede de proteção enorme no município. Se nada mudar, a legislação permitir e ele for candidato em outubro próximo, certamente será reeleito com folga.

A imprensa costuma ser uma espécie de termômetro. Contudo, as urnas também costumam surpreender.

Dito isto, vamos ao caso: dizem que no simpático distrito de Várzea da Ema, em Chorrochó, há uma escola sui generis: transformou-se num bar.

Presumo que se trate de folclore político ou intriga da oposição ao prefeito.

Como não nasci ontem, reluto em acreditar, até porque suponho que Várzea da Ema tem um representante na Câmara Municipal. Ou não?

Mais: se a escola é estadual ou municipal pouco importa, não interessa. As autoridades do município têm o dever de tomar providências, ajustando-a ao seu objetivo, qual seja, ensinar.

Entretanto, em 23/02/2020, logo cedo, o vereador Luiz Alberto de Menezes (Beto de Arnóbio) do Partido dos Trabalhadores (PT) cutucou o prefeito em uma rede social, por volta das seis horas da manhã, nestes termos: “queria que o prefeito falasse sobre o colégio que agora é bar na Várzea da Ema”.

O prefeito Humberto, que é experiente, deve saber que com oposição não se brinca. E oposição, que é oposição, não dorme. Se o vereador petista insiste no assunto, então tem fundo de verdade ou alguma coisa precisa ser explicada. Mas este escrevinhador continua achando o caso estranhíssimo, esta história de um colégio que virou bar.

Estamos numa quadra do tempo em que os questionamentos são frequentes. São constantes as cobranças às autoridades quanto ao cumprimento do seu dever. Afinal, elas estão no poder para isto, cumprir o dever.

A sociedade está começando a acordar e exigir seus direitos, mesmo nos distantes rincões do Brasil.

Mas daí a acreditar nesse absurdo há uma grande distância.

Com a palavra o Excelentíssimo prefeito Humberto Gomes Ramos.

araujo-costa@uol.com.br

Uma consideração sobre “Em Chorrochó é possível”

  1. Quando há uma guerra a primeira baixa é a da verdade… Claro que importa fez escola é municipal ou estadual. Aliás o que eu vejo muitas vezes são escolas que mudam de lugar devido ao número de alunos ser insuficiente para mante-la aberta ou compensar mais construir uma nova do que reformar a antiga. Então já que não citou o nome, pois ou não sabe ou desconfio que ela é estadual… não pediu nenhuma foto para um dos seus informantes vejo isso apenas como um ataque e a pessoa de um forte candidato querido realmente por diversos povoados dessa cidade.

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