Não conheço o prefeito Pedro Oliveira de Curaçá, de sorte que sou absolutamente insuspeito para fazer este comentário e, como tal, posso me manifestar, democraticamente
Também não conheço os dirigentes do PSB de Curaçá, o que me deixa em pé de igualdade relativamente aos dois lados.
O Diretório do Partido Socialista Brasileiro (PSB) de Curaçá distribuiu nota oficial argumentando que a Prefeitura Municipal foi ou está sendo negligente quanto ao combate à pandemia de coronavírus. O partido usou a palavra inércia.
A nota pondera, dentre outros argumentos, que “o Governo Municipal não seguiu as orientações determinadas pelo Governo do Estado, o qual baixou decreto ainda em março incluindo barreiras sanitárias nas fronteiras, por considerar uma medida importante”.
A nota é autoexplicativa. Desnecessárias minudências.
Tenho acompanhado com atenção as ações da Prefeitura de Curaçá neste momento de pandemia e o faço menos como jornalista e mais no que tange à minha condição de curaçaense.
É preciso ter em vista que os municípios têm dignidade federativa, como ente da federação, ao lado da União e dos Estados, de modo que gozam de autonomia, o que significa dizer o óbvio: o que outros municípios fizeram ou estão fazendo não obriga Curaçá a fazer o mesmo.
Curaçá não é “maria vai com as outras”. Pressupõe-se que Curaçá tem dignidade própria, tem administração legítima que o povo colocou lá, tem vontade de decidir. A voz das urnas é soberana.
A Constituição da República é claríssima quanto à autonomia dos entes federativos. O PSB sabe disto, conhece sobejamente isto.
Cada município tem suas peculiaridades e ao prefeito cabe, dentre suas atribuições legais, tomar as decisões que melhor atenda os interesses da população local.
Quero crer que Curaçá tomou as medidas necessárias na ocasião própria, com vistas ao combate ao coronavírus.
Não se deve exigir de cada um o que cada um não pode dar. Curaçá tem limites, tem o dever de equilibrar suas decisões. Acho que está fazendo isto com sobriedade.
Mas pelo que se vê na nota retro aludida, as decisões até aqui tomadas pela Prefeitura não agradaram o PSB que, legitimamente, deve espernear-se. É democrático.
Contudo, presumo que a Prefeitura de Curaçá está vendo o problema pelo prisma da seriedade do momento, enquanto o PSB parece contentar-se com o viés político-partidário.
Quanto à alegada “ausência da Câmara Municipal de Vereadores“ nas discussões, se de fato existe esse vácuo, parece razoável entender que o PSB deve cobrar isto dos senhores vereadores, institucionalmente.
Em resumo: não é momento de distribuição de notas partidárias, mas de união de todos os curaçaenses.
A falta de modéstia não costuma beneficiar as incompreensões.
A campanha eleitoral ainda está razoavelmente longe.
araujo-costa@uol.com.br
O próprio blogueiro respondeu, embora tenha autonomia, o prefeito errou justamente em não ser Maria vai com as outras, desde o início, fui a favor de todas as medidas, nesse cenário, é melhor pecar pelo excesso do que pela negligência.
Parei de ler em *Acho mesmo já tendo certeza que era apenas opinião quando chegou no quero crer…
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