Resposta ao leitor

Lá dos confins do sertão do Nordeste, um leitor perguntou o que faço na vida.

Tanta coisa importante para se preocupar e ele vem logo querer saber da vida deste escrevinhador pé rapado.

É meu dever responder, equilibrando-me para não incorrer em narcisismo, que não é meu feitio.

Cavo a vida, o sustento, cutuco meios de sobrevivência, como a maioria dos brasileiros.

Subo e desço o caminho que escolhi, aos solavancos. Ladeiras difíceis e íngremes, descidas escorregadias, destino incerto, sonhos inabaláveis.

Às vezes escrevo essas baboseiras que alguns leitores gostam, outros nem tanto e muitos detestam. Faço-as na condição de jornalista responsável pelo blog https://www.araujocosta.blog

Ultimamente estou pensando em fundar uma associação de juristas, que está na moda.  

Fiquei animado, depois que o novel ministro do Supremo Tribunal Federal, Kássio Nunes Marques, concedeu liminar a uma associação de juristas que, embora parte ilegítima, nos termos da Constituição Federal, ingressou no STF com o intuito de questionar os decretos de governadores e prefeitos sobre assuntos da pandemia, mas ingressou e o sapiente ministro aceitou.

Não é preciso diploma de jurista para ser jurista. Conheço advogados saídos das cantinas das faculdades que andam por aí se dizendo juristas.

Pior: exigem que sejam chamados de Doutores, embora sequer tenham frequentado um curso de Doutorado.  

Portanto, acho que vou ser jurista. Com quatro décadas de exercício diuturno da advocacia, devo ter adquirido alguma experiência para, no mínimo, ser jurista.

Com todo esse tempo de intensa batalha, se não aprendi alguma coisa de Direito, então sou caso perdido. Devo ir para a baixa da égua.

Ser jurista é fácil. Ser advogado é difícil. Advogar é coisa séria. É o que faço ou, pelo menos, penso que faço.

Jurista, ao contrário, sai por aí, fundando associação, colhendo liminar de ministro do Supremo Tribunal Federal e ganhando dinheiro.

Então, já que alguns fundaram a associação de juristas, que o ministro Kássio Nunes Marques achou o máximo, por que eu, maltrapilho peregrino das caatingas baianas de Patamuté, também não posso fundar uma?

Portanto, curvo-me à minha insignificância e vou andando resoluto em direção ao desconhecido.

Pois é, caro leitor: é isto que faço na vida. E pretendo continuar, se Deus permitir.

No mais, agradeço pela leitura de meu textos.

araujo-costa@uol.com.br

2 comentários em “Resposta ao leitor”

  1. Por acaso essa pessoa sabe que terminando o vestibular você, assim posso chamá – lo pela intimidade como amigo e ex- aluno, foi aprovado no vestibular de Direito em 3 Faculdades com direito a escolher na qual estudou e se formou em advogado , Dr. Walter Araújo?
    Um forte abraço meu amigo.
    Neusa Rios Menezes.

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