Órfãos da tragédia

“Políticos são homens que contraíram o hábito de mentir, o habito de prometer, o hábito de sorrir, o hábito de subornar e o hábito de estar de acordo com qualquer auditório. Não me agradam as pessoas que se promovem através da política. São desprezíveis” (Jorge Luís Borges, escritor argentino, 1899-1986)  

Estamos chegando no final de 2021 com pelo menos 19 milhões de pessoas passando fome.

Dados alarmantes atestam que mais da metade da população sofre algum tipo de insegurança alimentar, o que beira 116 milhões de pessoas e corresponde duas vezes a população da Argentina.

Até 19/12/2021 havia o registro de 617.838 mortes por covid-19. Pessoas continuam morrendo, aumentando esse número e engrossando as estatísticas.

A economia do País está aos frangalhos, em razão de diversos fatores, dentre eles a pandemia, que esgarçou todas as formas de exercício regular do trabalho e a produção de riquezas e renda.

Nossas autoridades são pífias, em todas as esferas de poder. Nossos políticos são inescrupulosos e egoístas.

Os mais pobres, os desamparados, que não dispõem de reserva financeira são os que mais sofrem.

Aumentou a miséria, aumentaram os miseráveis.

A pandemia nos fez órfãos. Perdemos parentes, amigos, conhecidos, patrícios e aderentes.

Uma parcela significativa da população foi dizimada pelo vírus. Outros milhares ficaram com sequelas físicas e emocionais muito difíceis de suportar.

A solidão passou a frequentar nosso cotidiano, em razão do isolamento obrigatório para proteção própria e de familiares.

A solidão trouxe também a solidariedade, o cuidado com o próximo, o medo de sucumbir à doença.

Enquanto isto, é estarrecedor ver diariamente defensores de direita e de esquerda se engalfinhando e se agredindo, com o intuito de entronizarem seus “heróis” corruptos.

Esses são os desprezíveis, como dizia Jorge Luís Borges.

Somos todos órfãos da tragédia pandêmica, econômica e política.

araujo-costa@uol.com.br    

2 comentários em “Órfãos da tragédia”

  1. Walter é preciso entender que as pessoas têm posição e que nem sempre é em defesa de corruptos, como você coloca, e sim em defesa de uma causa. A minha por exemplo é defender os mais necessitados e participar como sempre fiz de campanhas em prol dos mesmos. Para isso é preciso botar o dedo na ferida dos culpados, sem generalizar. Nem todos os políticos tem essa índole maléfica do texto. Eu me considero de esquerda e não fico me engalfinhando com ninguém. É preciso ajudar mas ajudar informando para que não fiquemos nessa ciranda de sofrimentos. NÃO VIVEMOS SEM POLÍTICA E SEM POLÍTICOS

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    1. Sensata sua posição, Lea. Não sou tão generalista assim. Talvez carregue um pouco quanto às hipocrisias, sejam da esquerda ou da direita. No mais, concordo com você. Sempre fui seu admirador.

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