A insensatez e estupidez da despedida.

Ivanildo Araújo Costa

Ivanildo Araújo Costa (1946-2002) faleceu neste 05 de abril de 2022.

Sertanejo nascido nos barrancos do Riacho da Várzea, domínios territoriais de Patamuté, sertão de Curaçá, mudou-se para São Paulo, ainda jovem, no início da década de 1970.

Mauá e São Bernardo do Campo, ABC paulista: Ivanildo viveu aqui, lutou aqui, sofreu aqui, morreu aqui.

Arriscou-se a viver noutro estado – Mato Grosso – mas não deu certo, como todo sonho mal sonhado.  

Já trôpego, alquebrado pelas vicissitudes da vida, regressou a São Paulo há algumas décadas. Caiu e não conseguiu se levantar, como tantos outros que não aguentam os cruéis e inexplicáveis chutes da vida.

Parafraseando Márcia Freire e  Noite Ilustrada, em Volta por cima, Ivanildo chorou, não procurou esconder, todos viram. Ali, onde ele chorou, qualquer um chorava.

A despedia, além de insensata, também é estúpida.

Ivanildo morreu.

Suas últimas palavras, abraçado comigo, a caminho do hospital, olhar triste de dor:

“Só estou esperando o esquife”.

Algumas pessoas de minha família e eu acompanhamos sua agonia até o fim.

Mas chegou a hora do esquife, da ida ao túmulo, da solidão dilacerante, da estupidez da morte, do indizível do adeus.

A estupidez da despedida

Uma solidão de lágrimas, que não tem fim.

Que Deus o ampare, meu irmão.

araujo-costa@uol.com.br

2 comentários em “A insensatez e estupidez da despedida.”

  1. Meus pêsames! Rogo a Deus que dê a ele todo o amparo no Plano Etérico e conforte familiares e amigos, neste doloroso momento.
    Fraternal abraço,

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