“O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente (Carlos Drummond de Andrade, 1902-1987)

Robério Fonseca Brandão é exemplo de jovem que não pretende abandonar seus sonhos, não obstante as dificuldades do lugar, idade ainda no alvorecer e vicissitudes naturais da caminhada.
Patamuté ainda padece de gritante descaso generalizado por parte das autoridades em todos os níveis, mormente no que concerne à educação, equipamentos públicos e assistência à juventude.
Conheço bem e sou atento à história de Patamuté. Vivi lá, engendrei meus sonhos lá, fui professor lá, sou apaixonado por lá. Mas esta é outra história que aqui, não vem ao caso.
O certo é que construímos nossos sonhos em qualquer lugar, tenros uns, robustos outros. Em qualquer lugar vive-se aos trancos e barrancos. Mas o norte será sempre a expectativa de novos horizontes e a persistência dos sonhos.
Contudo, ocupo-me agora do professor Robério Fonseca Brandão, jovem de 23 anos.
O professor Robério descende de ilustres famílias de Patamuté. É filho de Regiana Souza Fonseca e Paulo Rogério de Souza Brandão. Avós maternos Edite Ferreira de Souza e Guilhermilton Fonseca de Souza e avós paternos Júlia de Souza Brandão e Raimundo Brandão Filho.
Sustentáculo familiar respeitado, sério, tradicional, indestrutível.
Embora jovem, o professor Robério carrega respeitável estrutura profissional. É graduado em Pedagogia pela UNIFAEL de Petrolina (PE) e pós-graduado em psicopedagogia institucional, alfabetização e letramento, o que lhe dá esteio necessário para o exercício da profissão de educador.
É professor da Escola Municipal Otaviano Matos, em Patamuté. Atua no desenvolvimento de atividades com alunos de 6 a 10 anos, faixa etária que exige preparo e técnica profissional compatíveis com os primeiros anos de formação do caráter das crianças.
A função do professor, dentre outras, é moldar o caráter de seus alunos, tornando-o moralmente inflexível diante das encruzilhadas da vida. A boa índole lastreada nos ensinamentos do professor é, talvez, o maior patrimônio do aluno por toda a vida.
Robério Fonseca Brandão foi questionado por este Blog quanto aos seus sonhos enquanto professor e membro da sociedade de Patamuté e também sobre o que falta, em sua opinião, relativamente à educação e necessidades da juventude local.
Ponderou que urge valorizar a cultura e devolver “um grande ponto turístico que é a gruta de Patamuté com apoio aos romeiros, local para acomodá-los, comercialização decorrente do ponto turístico e que a renda permaneça na localidade.”
Sugeriu a amplitude de um “projeto para toda comunidade” e quer ver “todas as crianças alfabetizadas e autoras de suas próprias histórias, desenvolvendo habilidades significativas para a vida cotidiana”.
Reivindicou “transporte adequado para os alunos que moram nas fazendas, aulas diferenciadas como: musicalização, teatro e danças para atrair os jovens e capacitá-los; cultura, esporte e lazer com profissionais habilitados” nas áreas respectivas.
Pontuou o valor da religião para a juventude e a necessidade de “criar grupos de jovens e incentivá-los para participarem ativamente nas manifestações culturais do distrito”.
Apontou a necessidade de cursos profissionalizantes direcionados aos jovens e curso de “jovens empreendedores que possam capacitá-los para desenvolverem atividades no próprio distrito”.
Como se vê, o jovem professor Robério Fonseca Brandão possui qualidades razoáveis para contribuir para o desenvolvimento do distrito de Patamuté.
Este Blog agradece a receptividade e atenção do professor Robério e lhe deseja êxito em sua caminhada como profissional e cidadão.
araujo-costa@uol.com.br
Sábias palavras que descreve muito bem meu filho Robério!.
O “apelido”dele é “Responsabilidade”, pois todo e qualquer compromisso que assume cumpre em tempo hábil.
Eu nunca imaginei que ele fosse querer atuar na área da Educação, por ele passar a infância toda me observando no trabalho árduo de Educar. Praticamente foi criado pela saudosa vô Edite! Na minha luta diária no nosso pequeno distrito Patamuté aos meados de 1999, tudo mais tudo mesmo era de difícil acesso. Ano na qual ele nasceu. Eu estudava e trabalhava, pouquíssimas vezes nos víamos e quando acontecia não dava a atenção devida, justamente pelo estresse diário. Sem contar que cursava Letras em Belém de São Francisco – PE e trabalhava em duas escolas, sendo que uma tinha que me deslocar.
Gratidão primeiramente a Deus, minha saudosa mãezinha🙏 a irmã Paula e ao senhor Walter por essa magnífica homenagem ao meu filho.
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