“Quando enxugardes toda lágrima de nossos olhos”

Na oração eucarística seguida pela Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, do Convento de Nossa Senhora da Piedade, em Salvador, há uma súplica muito forte sobre os desígnios de Deus e a partida de nossos entes queridos: “Quando enxugardes toda lágrima de nossos olhos”, esperamos também nós a certeza do acolhimento na glória eterna.

É só o que nos resta depois do abalo de nossas estruturas emocionais. Pedir a Deus que lembre e acolha todos aqueles que chamou à sua presença, depois que participaram da morte de Cristo pelo batismo.

D. Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo, dizia que “sempre somos noviços e todos os dias aprendemos a conhecer mais uma face da bondade e misericórdia divinas”.

Talvez, aí, resida a razão por que, embora tropeçando, aprendemos a ter forças para conviver com a ausência das pessoas queridas que se foram antes de nós. Ausência difícil, dilacerante, cheia de lágrimas.

Contudo, antevemos a certeza de uma festiva ressurreição da vida que a fé nos permite enxergar.

Amparados nessa condição de noviços diante da bondade e misericórdia de Deus somos capazes de absorver o entendimento desses mistérios e o abismo entre nossa condição humana e a certeza da morte.

Virgílio Ribeiro de Andrade e familiares anunciaram a missa para “rezarmos juntos” em memória de Maria do Socorro Menezes Ribeiro (1937-2024) às 10h de 20/07/2024 na Igreja do Senhor do Bonfim, em Chorrochó.

Remoendo a saudade e ajustando-a ao meu dever de rezar, também estarei, mesmo distante, unindo-me através da oração aos familiares e amigos de Socorro e elevando preces pela gloriosa vida que ela conquistou na eternidade.

É muito difícil suportar a saudade, as lembranças, o dever de gratidão que tenho por Maria do Socorro Menezes Ribeiro, embora infinitamente menores do que a dor que estão passando Virgílio Ribeiro e família.

A saudade é um despenhadeiro que se precipita em direção à solidão. Mas equilibra a pequenez de nosso andar.

araujo-costa@uol.com.br

Uma consideração sobre ““Quando enxugardes toda lágrima de nossos olhos””

  1. É verdade Walter. Temos que esperar as lágrimas secarem. Reflexão linda e muito própria para o momento. Eu também, além do parentesco, tenho uma enorme gratidão pelo muito que ela fez por mim. Obrigada por essa mensagem linda que também é uma homenagem, à nossa inesquecível Socorro. Obrigado.

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